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Brasil firma acordo para pesquisa astronômica no Hemisfério Sul

Acordo para adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul (ESO) foi assinado nesta quarta-feira; o acordo atende à recomendação da Comissão Especial de Asrronomia evai permitir a participação brasileira nos projetos Giant Magellan Telescope (GMT); Thirty Meter Telescope (TMT) e European Extremely Large Telescope (E-ELT)

O acordo será assinado às 18h, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelo diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw. O acordo atende a um das recomendações da Comissão Especial de Astronomia (CEA), inserida no Plano Nacional de Astronomia (PNA), no que se refere à continuada inserção da comunidade astronômica brasileira na sociedade internacional.

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O PNA prevê ainda que o Brasil se associe ao projeto de construção da nova geração de telescópios gigantes. A participação brasileira no ESO tem o potencial de beneficiar a astronomia brasileira com a sua inserção nos três principais projetos: Giant Magellan Telescope (GMT); Thirty Meter Telescope (TMT) e European Extremely Large Telescope (E-ELT).

O ESO já demonstrou interesse no ingresso de novos membros para ajudar a financiar o seu futuro superobservatório, o E-ELT, que terá 42 metros de abertura e deve ser inaugurado em dez anos.

A possibilidade de empresas brasileiras disputarem as licitações ligadas à nova infraestrutura é outra grande vantagem do acordo. A Queiroz Galvão, por exemplo, está terminando um grande empreendimento no Chile com 2 mil funcionários. A construtora, em breve, começará a obra de preparação do terreno para construção do E-ELT. Nas áreas técnica e de alta tecnologia, as empresas também terão grandes oportunidades.

O ESO é uma associação de 14 membros de países europeus regida por uma convenção e uma das mais bem sucedidas organizações intergovernamentais da Europa. A entidade opera as instalações astronômicas mais produtivas do mundo, fornecendo infraestrutura observacional de ponta para os astrônomos dos países membros.

Com orçamento anual de 135 milhões de euros, o ESO emprega cerca de 700 pessoas. Por meio da construção e operação do conjunto de telescópios terrestres mais poderosos da Terra no Chile, oferece à indústria de seus países membros numerosas oportunidades de participação no desenvolvimento de alta tecnologia em ótica fina, automação, controle e todas as técnicas de alto valor agregado. Com o acordo, as empresas brasileiras podem ser especialmente favorecidas em virtude de sua proximidade geográfica com o Chile.

Investimento

A entrada do país no consórcio custará cerca de 250 milhões de euros (equivalente a quase R$ 555 milhões) em 11 anos. O Brasil ficou isento de uma contribuição adicional que está sendo imposta aos outros membros. Outra vantagem foi o abatimento da anuidade a ser paga pelo país como membro do consórcio. Normalmente o ESO usa o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país como critério para determinar quanto é preciso pagar.

O governo brasileiro mostrou que a riqueza nacional não guarda a mesma proporção que a dos outros países do grupo quando se leva em conta a divisão per capita e o fato de que a comunidade astronômica brasileira não é tão numerosa.

Como resultado dessa argumentação, o ESO decidiu promover um aumento gradual da anuidade brasileira. Em 2012, por exemplo, o país pagará 25% do valor calculado com base no PIB. A porcentagem vai subindo até chegar aos 100% em 2021.

O acordo com o ESO envolveu as seguintes autoridades brasileiras: Luiz Antonio Rodrigues Elias, secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT); José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Assuntos internacionais do MCT; Albert Bruch, diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA); Eduardo Janot Pacheco, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB); e Ademar Seabra da Cruz, diretor da Divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria de Comunicação do MCT