Sem categoria

Sensível aos protestos, Evo Morales revoga alta dos combustíveis

O presidente boliviano, Evo Morales anunciou na virada do ano que anulou a alta nos preços combustíveis que havia decretado e que havia gerado protestos populares e problemas no transporte e comércio de produtos básicos.

A decisão do mandatário boliviano também se aplica ao aumento salarial de 20% que havia estabelecido como compensação para setores chave da economia do país. Morales fez o anúncio pela televisão estatal, depois de quatro dias de greves e manifestações.

"Prometi governar obedecendo ao povo, escutei e entendo meus companheiros que disseram que o reajuste é importante, necessário, mas não oportuno (…), por isso, nessa conduta de governar obedecendo ao povo, revogo o decreto supremo 748 e os demais decretos que acompanham a medida", disse.

Direita aposta no golpe

A direita neoliberal aproveita a onda de protestos para retomar a ofensiva golpista, bloquear o processo de mudanças protagonizado pelo governo Morales e impor o retrocesso. O ministro de Governo da Bolívia, Sacha Llorenti, denunciou na 6ª feira (31) ataques contra sedes de organizações civis e ministeriais em várias cidades bolivianas, perpetrados por manifestantes convocados pela direita.

Ele citou a queima da bandeira de Venezuela na praça de igual nome (em La Paz), a tentativa de atentar contra o monumento de Che Guevara (O Alto), e o ataque à Federação do Trópico de Cochabamba, que “provam os propósitos reais de quem convocaram a esta mobilização", afirmou Llorenti.

O ministro acusou o líder do intitulado Movimento Sem Medo (MSM), Juan do Granado, de incentivar a revolta contra o Governo. “Queremos desmontar uma ação da direita que pretende acabar com o processo de mudança e manter intactas as normas neoliberais”, salientou.

Llorenti explicou que em Pando, Beni, Chuquisaca, Sucre e Tarija a situação foi de normalidade; em Potosí e Oruro, ocorreram marchas sem maiores incidentes. Já em Cochabamba, La Paz e O Alto, prevaleceu a violência.

Os protestos nessas três cidades derivaram em atentados à propriedade pública e privada, o que lembra as iniciativas golpistas de 2008. O ministro citou ataques aos ministérios do Trabalho, de Planejamento do Desenvolvimento, de Justiça, à estatal Yacimientos Petrolíferos, à Empresa Aérea, a Vias Bolívia, e à prefeitura do Alto, além de arremetidas contra sedes de organizações sociais.

Não obstante, instou à cidadania a preservar a tranqüilidade porque as forças policiais seguem mobilizadas em La Paz e O Alto, onde a situação é mais grave.

Com agências