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Maratona de posse: ministros destacam prioridades do novo governo

Desde sábado (1o), Brasília vive uma maratona de posses. São os novos ministros que assumem as pastas em meio a discursos que apontam para as prioridades do governo. A nova ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, anunciou para breve o reajuste dos benefícios do Bolsa Família. "O reajuste sai logo, estamos terminando os estudos", disse a ministra ao tomar posse nesse domingo (2).


Durante a cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional, no sábado (1o), os ministros escolhidos foram questionados quanto aos primeiros passos do novo governo. Uma das prioridades citadas por Dilma em seu discurso foi a restruturação do sistema de saúde brasileiro, e o ministro Alexandre Padilha disse que a maioria no Congresso conquistada pelos partidos aliados facilitará a discussão de projetos nesse sentido.

Padilha afirmou que a saúde pública precisa passar por mudanças de gestão, e segundo ele, o Congresso é o fórum ideal para discutir esse tema de forma a garantir um atendimento mais amplo e com mais qualidade.

O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse ter gostado de ouvir de Alexandre Padilha que a saúde vai ser a prioridade do governo. Perondi avaliou também que a relação de Padilha com o Congresso vai ser facilitada pelo fato de ele ter sido ministro das Relações Institucionais, o articulador político do governo.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que é preciso ampliar a infraestrutura do setor, universalizar a telefonia e a banda larga e resolver os problemas de administração dos Correios. "Acertar o passo da empresa será um dos nossos primeiros desafios", afirmou.

Ajustes na economia

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantido no cargo, anunciou o corte de R$8 bilhões no Orçamento de 2011, como "um passo atrás para poder tomar distância e seguir adiante". Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff terá um governo de austeridade.

Mantega ressaltou que será preciso fazer ajustes na economia para adaptar o País às novas situações: "Em 2011, haverá desaceleração da economia mundial; nós também vamos crescer um pouco menos, mas estaremos na vanguarda do crescimento."

Ele explicou que o Estado brasileiro tem comportamento cíclico. "Quando houve a crise mundial, tivemos que aumentar gastos e fazer investimentos, de modo a recuperar logo a economia. Neste momento, a economia já caminha com suas próprias pernas, então o Estado reduzirá gastos, diminuirá subsídios e abrirá espaço para o setor privado participar mais de financiamentos de longo prazo", informou.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que foi orientado pela presidente Dilma a trabalhar totalmente afinado com a equipe econômica para dar competitividade à economia brasileira, especialmente à indústria. Segundo ele, uma de suas missões será recuperar em parte o espaço hoje ocupado por produtos importados, principalmente de países asiáticos.

Exemplo a seguir

O novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que vai reunir todos os governadores nos próximos meses para firmar um pacto pela segurança pública. Segundo ele, as ações pacificadoras do Rio de Janeiro serão exemplos a ser seguidos. Cardozo afirmou que as suas prioridades serão o combate ao crime organizado e a defesa da segurança pública.

Na avaliação da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a grande meta de Dilma Rousseff será dar continuidade às ações do governo Lula para erradicar a miséria e diminuir a pobreza.

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, informou que as prioridades estão estabelecidas: a continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras de infraestrutura para a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Erradicação da pobreza

Entre as primeiras tarefas no cargo, a nova ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse estar encarregada de definir detalhes de um plano de erradicação da pobreza extrema no país, principal promessa de campanha da presidente Dilma.

O reajuste do valor do benefício é parte da estratégia de erradicação da pobreza extrema. Desde meados de 2009, o Bolsa Família paga entre R$22 e R$200 mensais. A ajuda não foi suficiente para que 5,3 milhões de famílias beneficiárias superassem a extrema pobreza. Mais de 40% dos beneficiários do Bolsa Família ainda são miseráveis.

Para reduzir o percentual de extrema pobreza no programa, o governo estuda reajuste do benefício acima da inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de cerca de 9%, conforme adiantou o jornal O Estado de São Paulo.

Solenidades de posse

Entre sábado e domingo, assumiram as pastas os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), José Eduardo Cardozo (Justiça), Helena Chagas (Comunicação Social), Antonio Patriota (Relações Exteriores), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Alfredo Nascimento (Transporte).

Nesta segunda-feira (3), às 10 horas houve posse da ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos), Edison Lobão (Minas e Energia), Miriam Belchior (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia).

Às 10h30, Iriny Lopes assume a Secretaria Especial das Mulheres. Três ministros recebem seus cargos dos antecessores às 11 horas: Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Ideli Salvatti (Pesca). O novo ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, assume às 11h30.

À tarde está marcada a posse da ministra Luiza Barrios (Igualdade Racial), às 14h e do ministro Paulo Bernardo (das Comunicações) às 14h30.

Às 15h, cinco novos ministros estarão recebendo seus cargos: Alexandre Tombini (Banco Central), Mário Negromonte (Cidades), Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), Garibaldi Alves (Previdência) e Alexandre Padilha (Saúde).

Às 16h, o ministro Pedro Novais assume a pasta do Turismo. Em seguida, às 17h, será a vez dos ministros José Elito Carvalho Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional) e José Leônidas Cristino (Portos). Por fim, às 18h, Anna de Holanda recebe o cargo no Ministério da Cultura.

Permanecem em suas pastas, os ministros Guido Mantega (Fazenda), Wagner Rossi (Agricultura), Carlos Lupi (Trabalho), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Nelson Jobim (Defesa), Fernando Haddad (Educação), Orlando Silva (Esportes), Luís Inácio Adams (Advocacia Geral da União) e Jorge Hage (Controladoria Geral da União).

De Brasília
Com agências