PT e PMDB anunciam trégua na disputa por cargos
Na tentativa de encerrar as disputas para as nomeações no governo e paralisar a instabilidade política no início da gestão, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT)o, reiteraram na manhã desta terça-feira (4) que estão suspensas todas as nomeações para cargos no Executivo. As exceções são apenas quanto às indicações para as secretarias executivas, as chefias de gabinete e os responsáveis pela área de imprensa dos ministérios.
Publicado 04/01/2011 13:43
A maior preocupação do governo e do PT neste inicio de governo é evitar que as insatisfações no PMDB acabem por prejudicar a eleição do petista Marco Maia (RS) à presidência da Câmara, em fevereiro.
A decisão, conforme Temer, foi tomada na segunda-feira (3) na primeira reunião da coordenação política do governo Dilma ."Em face da reunião de ontem, nós colocamos ordem nas coisas. A ordem é dialogar. A ordem é esta: está suspensa [as nomeações] enquanto não houver diálogo", declarou.
Segundo o vice-presidente, "essas coisas [disputas por cargos] são assim mesmo". Temer também anunciou que o grupo de coordenação do governo se reunirá semanalmente no Palácio do Planalto. Segundo o vice-presidente, um dos integrantes do grupo, as reuniões acontecerão sempre às segundas-feiras, às 9h30. Ele afirmou que, em casos excepcionais, outras reuniões podem acontecer.
Temer e Luiz Sérgio participaram da posse do novo ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, no Ministério da Defesa, onde estavam também vários ministros, senadores e deputados. Para o atual presidente da Câmara e candidato a continuar no cargo, Marco Maia (PT-RS), a disputa em curso é natural.
“Essa disputa por cargos é algo democrático e legítimo porque os partidos querem tentar ter mais espaço no governo”, disse Maia, que negou que a disputa cause “impactos” na campanha dele pela Presidência da Câmara.
Paralelamente, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci (PT), tenta negociar uma saída para o impasse. O presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que apesar da disputa, o “clima está tranquilo” entre os aliados. Mas o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que o PT antecipou as discussões sobre a distribuição dos cargos de segundo escalão, o que irritou o PMDB.
Os problemas não se esgotam no relacionamento entre as duas maiores legendas, o PT e o PMDB. Outros partidos aliados do governo, entre eles os partidos de esquerda PCdoB, PSB e PDT, reivindicam maior participação nas discussões e nas decisões. Há também questões relacionadas a matérias importantes que vão à votação na Câmara dos Deputados, como o valor do salário mínimo, que o ex-presidente Lula fixou em R$ 540 através de Medida Provisória. Os partidos de esquerda apoiam o consenso formado entre as centrais sindicais, que reivindicam um mínimo de R$ 580.
Da redação, com informações da Agência Brasil e da Folha Online