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China revela insegurança com ativos adquiridos nos EUA

A China gostaria de ter garantias de que seus ativos financeiros estão seguros nos Estados Unidos, disse um diplomata sênior nesta quarta-feira (12), antes da visita do presidente Hu Jintao a Washington semana que vem, mas amenizou os atritos entre as duas potências.

O recado embute uma mensagem sobre os riscos crescentes dos investimentos em ativos norte-americanos. Quem tem reservas associadas ao dólar, por exemplo, amarga perdas em função da depreciação da moeda, agora estimulada pelas emissões desregradas promovidas pelo Federal Reserve (banco central dos EUA).

A China também perdeu muito dinheiro com a crise do ramo imobiliário, uma vez que também havia surfado nas ondas da bolha imobiliária e investido bilhões de dólares em hipotecas de duvidoso valor, que na crise viraram títulos podres. Os riscos provêm dos enormes desequilíbrios da maior economica capitalista do mundo.

Criticados recorrentemente pelo governo norte-americano em função de sua política cambial, os dirigentes chineses procuram dar o troco, mostrando que os EUA não têm muita moral para criticar o comportamento alheio, uma vez que não são capazes sequer de fornecer segurança aos ativos que ofertam aos estrangeiros.

Coreia

O vice-ministro chinês do Exterior, Cui Tiankai, disse que a Coreia do Norte e outros assuntos que precisam do trabalho conjunto dos dois países também serão abordados na visita de Hu, de 18 a 21 de janeiro. Hu se reúne com o presidente norte-americano, Barack Obama, em 19 de janeiro.

Embora seja esperado que Obama pressione Hu sobre os controles cambiais chineses — política que, segundo muitos em Washington, mantém o iuan injustamente barato e contribui para o déficit comercial dos EUA –, Cui disse que Pequim tem suas próprias preocupações sobre a segurança das grandes quantias de título do Tesouro norte-americano que a China possui.

A China acumulou as maiores reservas internacionais do mundo, um total de 2,85 trilhões de dólares. Dois terços deste valor foi investido nos EUA, o que justifica a preocupação com os riscos dos papéis do endividado e decadente império. “Sobre a segurança dos ativos da China nos Estados Unidos, se o lado dos EUA puder oferecer uma declaração positiva sobre isso, claro que nós agradeceríamos. É uma questão a que nós estamos atentos”, disse Cui a jornalistas.

Com agências