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Em apoio à Argentina, Brasil nega escala de navio inglês

Em apoio político à Argentina, o governo brasileiro impediu que um navio de guerra britânico, que estava a caminho das Ilhas Malvinas, fizesse uma escala no porto do Rio de Janeiro. Nesta terça, o Itamaraty confirmou que o governo negou autorização para que a embarcação atracasse no Brasil, explicando que foi uma decisão política e diplomática.

"A decisão foi tomada à luz do quadro político e diplomático da região", informou o Itamaraty, acrescentando que o Brasil deseja ter um relacionamento mais denso com o país vizinho em relação à situação nas ilhas.

O Itamaraty disse que a permissão para que navios britânicos parem será tomada caso a caso – não há uma ordem para que a decisão seja estendida a todas as embarcações vindas das Malvinas.

Segundo a Embaixada do Reino Unido no Brasil, foi feito um pedido de "autorização diplomática" para que o HMS Clyde – o navio de defesa das ilhas Malvinas – fizesse uma escala no porto do Rio entre o fim da primeira semana de janeiro e o início da segunda semana. Ao ter o pedido negado, o navio parou para abastecimento em um porto do Chile.

A embaixada afirmou que o governo britânico respeita a decisão brasileira, que foi tomada apesar da assinatura, em setembro de 2010, de um tratado de cooperação de defesa entre os dois países. "Respeitamos a decisão do Brasil, com quem temos um bom relacionamento e um bom exemplo de nossos laços é o tratado de cooperação militar assinado em setembro", disse porta-voz do Ministério de Relações Exteriores britânico. Londres ainda confirmou que essa foi a primeira vez que o Brasil negou a permissão para um navio inglês entrar em um de seus portos.

O episódio com o navio é a primeira consequência prática da posição adotada pelo Brasil sobre as Malvinas. Em 3 de agosto do ano passado, o então presidente Lula assinou uma declaração em que declarou ser legítima a luta da Argentina pelo território.

Para a imprensa britânica, o ocorrido nesta semana seria uma mostra de que a presidenta Dilma Rousseff manterá a política de seu antecessor de apoiar a reivindicação da Argentina sobre as Malvinas. Dilma deve visitar a o país vizinho no fim do mês

A disputa entre a Argentina e o Reino Unido sobre as ilhas Malvinas (ou Falkland, para os britânicos) remete ao ano de 1833, quando Londres ocupou o arquipélago localizado no oceano Atlântico.

Com agências