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Com alto índice de abstenção, conservador se reelege em Portugal

O presidente de Portugal, o conservador Aníbal Cavaco Silva, foi reeleito neste domingo (23) com cerca de 53% dos votos . Em segundo lugar ficou o candidato do Partido Socialista, Manuel Alegre, que beirou os 20%. Mais de 53% dos eleitores não compareceram às urnas. O candidato do PCP, Francisco Lopes, ficou em quarto lugar, com mais de 7% dos votos.

As eleições presidenciais portuguesas realizaram-se em meio a uma profunda crise econômica e social, em que o partido do presidente da República, o Partido Social Democrata, conservador, e o Partido Socialista, do primeiro-ministro José Sócrates, apesar da disputa por espaço político, empenham-se em impor ao país medidas neoliberais e antipopulares.

A reeleição de Cavaco Silva sinaliza a manutenção de uma política de direita lesiva aos interesses nacionais e dos trabalhadores portugueses.

Na noite de domingo, Francisco Lopes, candidato do PCP, em declarações sobre os resultados eleitorais, afirmou que sua candidatura "ligada aos trabalhadores e aos problemas do país, recolheu apoio e a identificação que constituem uma importante contribuição para novas opções políticas e garantiram a determinação na luta que continua e se intensificará para vencer o declínio nacional e as injustiças sociais”.

Para Lopes, os resultados eleitorais obtidos por sua candidatura, acima de 7%, “traduzem a afirmação e confirmação de uma força e de um projeto indispensável para abrir caminho ao futuro de Portugal”.

O candidato do PCP avaliou que a reeleição de Cavaco Silva constitui, "não apenas a continuação, mas o agravamento dos problemas nacionais”.

Criticou duramente o uso da máquina pública na campanha eleitoral, afirmando que os resultados de Cavaco Silva “são indissociáveis da vantagem de exercer as funções de presidente da República, da utilização abusiva dos meios correspondentes, do recurso à dissimulação para esconder as suas responsabilidades na situação do país e o comprometimento com o pior da política de direita do Governo, incluindo as consequências nefastas das medidas do Orçamento de Estado para 2011".

Lopes disse que a candidatura do PCP “constituiu uma necessidade e um imperativo nacional e colocou ao povo português a questão essencial em causa no tempo em que vivemos: a necessidade da ruptura e mudança face a um rumo de declínio e injustiça social que conduziu o País para o atoleiro em que se encontra e a adoção de um novo rumo patriótico e de esquerda, vinculado aos valores de Abril e à concretização do projecto consagrado na Constituição da República Portuguesa, no caminho do desenvolvimento, da justiça e do progresso social futuro do País”.

O dirigente comunista enfatizou que sua candidatura foi "a candidatura dos trabalhadores, a que afirmou e afirma o caminho da produção nacional, da criação de emprego, da valorização do trabalho e dos trabalhadores, da resposta ao presente e futuro das novas gerações, do direito das mulheres à igualdade na lei e na vida, do papel dos intelectuais e quadros técnicos, dos homens e mulheres da cultura, dum setor público determinante nos setores básicos e estratégicos, do apoio aos micro, pequenos e médios empresários, do respeito pelos direitos e a dignidade dos reformados pensionista e idosos e das pessoas com deficiência, da defesa e valorização dos serviços públicos, da soberania nacional e da democracia política, económica, social e cultural”.

Com informações das agências internacionais e do sítio do PCP (www.pcp.pt)