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Altamiro Borges: Folha perde liderança em circulação após 24 anos

Depois de 24 anos de hegemonia absoluta, o jornal Folha de S.Paulo perdeu a liderança de maior periódico em circulação no país. A informação, que deve ter tirado o sono da famiglia Frias e de alguns dos seus “calunistas” de plantão, foi divulgada na coluna “Em pauta”, do boletim Meio & Mensagem desta segunda-feira (24).

Por Altamiro Borges

 Segundo explica o texto, ainda faltam alguns dados relativos a dezembro para que o Instituto Verificador de Circulação (IVC) feche seu balanço com o desempenho dos jornais brasileiros em 2010. Mas, nos números já finalizados, a principal novidade é a perda de liderança da Folha, que era o diário de maior circulação no país desde 1986.

Embora já tivesse perdido a liderança em alguns meses, esta foi a primeira vez que o jornal sucumbiu no consolidado de um ano. O topo do ranking em 2010 foi do Super Notícia, título popular de Belo Horizonte. Enquanto a Folha manteve estabilidade, na casa dos 294 mil exemplares por edição, o Super Notícia cresceu 2%, atingindo média de 295 mil.

Algumas razões do declínio

O declínio da Folha, que é consistente há vários anos – o jornal já chegou a ter um milhão de exemplares nas edições de domingo nos anos 1980 –, tem várias causas. A principal, que afeta toda a mídia impressa, no Brasil e no mundo, é o forte crescimento da internet, que permite maior volume de informações e maior interatividade e retira leitores dos jornalões tradicionais.

Fruto do florescimento desta nova mídia também houve a multiplicação, no mundo inteiro, dos jornais gratuitos e “populares”, a preços mais acessíveis. Os próprios monopólios midiáticos têm investindo neste novo filão para compensar a perda de leitores nos diários decadentes. São estes títulos “populares” que hoje explicam o tímido aumento da circulação de jornais no país.

Há ainda a perda de credibilidade da velha mídia. O sociólogo Emir Sader fala em “crise de moral” e o jornalista Pascual Serrano, em “crise de identidade”. A Folha, com seu falso ecletismo, engole seu próprio veneno. Ao qualificar a ditadura brasileira de “ditabranda” ou publicar uma ficha policial fajuta de Dilma Rousseff, ela é descartada por seus leitores mais críticos. Azar dela!