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 'Algum velho ortodoxo' do FMI fez análise sobre Brasil, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (29) para criticar o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que faz um alerta sobre a deterioração das contas públicas brasileiras.

"Acho que o diretor gerente do FMI deve ter saído de férias e algum daqueles velhos ortodoxos [doutrina econômica mais tradicional, que preza pela liberdade dos mercados sem intervenções] do FMI escreveu esse monitor. O pessoal lá se distraiu e escreveu essas bobagens em relação ao Brasil (…) O staff do FMI é de primeira linha. Mudou sua filosofia em relação ao passado. Isso foi um lapso de algum técnico, que durante as férias de outros técnicos escreveu essa conclusão precipitada", declarou Mantega.

De acordo com Mantega, a análise do FMI foi equivocada. "De 2009 para 2010, estamos tendo uma melhoria fiscal. Ou seja, o primário em 2010 será maior do que em 2009. Só o fiscal do governo central vai dar em torno de 2,15% do PIB, que é igual a todo ano passado no setor público consolidado, com estados e municípios", disse ele, que não quis fazer comentários, porém, sobre o artifício contábil (capitalização da Petrobras) que permitiu o atingimento da meta do ano passado.

Segundo o ministro da Fazenda, o Brasil está com um déficit nominal (com a inclusão dos juros da dívida pública) baixo em relação a outros países e acrescentou que, em sua visão, possui uma "situação fiscal invejável". "A previsão do FMI para 2011 está equivocada, porque preve um déficit nominal de 3,1% do PIB. E nós trabalhamos em torno de 1,8% do PIB, ou seja, quase a metade do previsto", disse ele.

Apesar de a meta do governo ter sido cumprida em 2010, Mantega disse, porém, que a meta cheia de todo o setor público (o que inclui estados, municípios e estatais e será divulgado na próxima segunda-feira pelo Banco Central) não deverá ter sido cumprida no último ano. "Em relação a estados e municípios, eu não acredito que eles vão cumprir. Vai faltar alguma coisa para completar os 3,1% do PIB e isso se dará com uma parte do PAC", declarou o ministro.

Para 2011, o ministro Mantega declarou que o governo vai perseguir e cumprir a meta cheia de todo o setor público, fixada em 3% do PIB, ou R$ 125 bilhões. "Vamos fazer um ajuste de modo que seja cumprida, e de modo que a dívida líquida, que vai terminar 2010 em torno de 41% do PIB, termine abaixo de 38% do PIB em 2011", afirmou o ministro.

Fonte: G1