Mubarak rechaça pedidos de renúncia à presidência do Egito
O presidente do Egito Hosni Mubarak se negou nesta quinta-feira a pedir a renúncia ao cargo, alegando temer "que se produza o caos" no país, em entrevista dada à cadeia de televisão americana ABC.
Publicado 03/02/2011 19:43
As declarações do mandatário, que serão divulgadas na íntegra no próximo domingo (6) ocorrem durante as manifestações de milhares de pessoas nos últimos 10 dias, exigindo que deixe o governo do país.
Após várias manobras para enfrentar a crise, Mubarak insistiu durante um discurso esta semana que "está cansado de ser presidente" e que gostaria de deixar seu posto após as eleições de setembro.
O dirigente, de 82 anos, se encontra à frente do Estado há já 30 anos e, atualmente, enfrenta uma revolta contra si, com a ocorrência de violentos conflitos na praça Tahrir, na cidade do Cairo.
"Os conflitos de quarta me deixaram muito infeliz. Não gosto de ver egípcios lutando entre si", assinalou Mubarak à cadeia ABC, aludindo aos episódios de violência perpetrados por seguidores do governo contra manifestantes que exigiam sua saíde;
O dirigente, que já expressou sua decisão de permanecer no país, assegurou que nunca "fugiria" e que morrerá "em solo egípcio".
Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional para que comece uma imediata transição política, algo que foi destacado pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
Hillary pediu a Mubarak e à oposição que comecem negociações sérias para uma entrega do poder.
A Fraternidade Muçulmana, principal força de oposição no Egito, rechaçou de maneira absoluta o diálogo com o governo, algo que foi ventilado pelo atual vice-presidente Omar Suleiman, de acordo com o que assegurou Mohamed Mursi, porta-voz da organização.
Fonte: Prensa Latina