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Pressionado, Mubarak sinaliza acordo com a oposição

Sem dar mais detalhes, o ministro das Finanças do Egito, Samir Radwan, disse neste sábado (5) que o vice-presidente Omar Suleiman vai se reunir com oposicionistas na tentativa de colocar um fim ao processo revolucionário que atravessa o país.

O principal grupo de oposição no Egito, a Irmandade Muçulmana, informou estar pronto para negociar com o governo, desde que haja um acordo por escrito sobre a realização de uma reforma política dentro de um cronograma específico. Em uma declaração, divulgada quinta (3) à noite, a organização informou que não há exigência alguma a ser feita ao presidente.

Outro líder do movimento oposicionista, o Nobel da Paz Mohamed el Baradei não confirmou presença nas reuniões. Segundo o ministro das Finanças egípcio, a transição de poder no Egito "começou" quando o presidente Hosni Mubarak disse que não concorrerá à reeleição em setembro, e que se dispõe a transmitir o poder ao sucessor em dezembro.

"É o início da criação de um processo que vai garantir uma transição de poder sem solavancos e sem cair na armadilha de um cenário de caos", afirmou Samir Radwan.

De acordo com analistas, a participação do maior grupo de oposição do país em conversas com o governo pode ajudar a resolver o impasse no Egito, mas ainda não se sabe se os manifestantes que vêm liderando os protestos nas ruas apoiariam uma negociação enquanto o presidente se mantém no cargo.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu na sexta- feira (4) por "um processo de transição ordenada que comece imediatamente" no Egito. Obama disse também que Mubarak deve "ouvir" a população.

"Ele precisa ouvir o que está sendo dito pela população e fazer um julgamento sobre um rumo a tomar que seja ordenado, significativo e sério", disse Obama, indicando que a melhor saída para os Estados Unidos conservar o poder no Egito é frenar o processo revolucionário com a saída de Mubarak.

"Nós queremos ver este momento de turbulência se transformar em um momento de oportunidade. O mundo inteiro está assistindo", filosofou Obama.

Para a União Europeia, o processo de transição deve começar imediatamente. “O Conselho Europeu está acompanhando com grande preocupação a piora na situação do Egito”, disse um comunicado assinado por 27 líderes do bloco. “Todos os partidos devem se moderar, evitar violência e começar uma transição ordeira para um governo de base ampla”.

Com agências