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Conselho de Segurança da ONU aprova sanções contra a Líbia

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade sanções contra o regime do líder da Líbia, Muamar Kadafi, a pretexto da violência com que vem lidando com os protestos contra seu governo

O órgão aprovou um embargo à venda de armas, o congelamento de bens e apresentará denúncia contra Kadafi no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Cenário de guerra civil

A Líbia vive hoje uma guerra civil, com o leste do país controlado pela oposição. Mas Kadafi ainda controla ainda a capital, Trípoli. Lideranças da oposição se articulam no exterior e os EUA procuram manipular a situação, apresentando-se enganadoramente como avalista da democracia e opositor das ditaduras.

A ONU calcula que mais de mil pessoas foram mortas nos últimos 10 dias nos conflitos da Líbia.

Foi a segunda vez que o Conselho de Segurança decidiu levar um país ao Tribunal Penal Internacional e a primeira vez que isso ocorre por unanimidade. Em 2005, o órgão denunciou a situação em Darfur, no Sudão, mas Brasil, Argélia, China e Estados Unidos se abstiveram.

Ingerência estrangeira

No sábado, o filho de Kadafi Saif al-Islam disse que a vida segue normalmente em três quartos do país. Mas opositores do regime dizem que controlam 80% do país. “A paz está retornando ao nosso país”, disse ele. Trípoli, controlada por Kadafi é lar de dois milhões dos 6,5 milhões de habitantes da Líbia.

Saif al Islam Gaddafi também reconheceu que existe uma "vontade interna de mudança", mas acredita que os manifestantes estão sendo manipulados. "O que a nação líbia está passando abriu as portas para todas as opções, e agora os sinais de guerra civil e interferência estrangeira começaram a aparecer", disse.

Fuga

A oposição afirma controlar a cidade de Bhengazi e há relatos de confrontos nas cidades de Misrata e Zawiya, no oeste do país. Milhares de estrangeiros, a maioria empregados da indústria de petróleo, continuam a ser evacuados por ar, terra e pelo mar. Todos os brasileiros já deixaram o país, segundo o Itamaraty.

Correspondentes dizem que milhares de pessoas se encontram no aeroporto de Trípoli tentando embarcar e na fronteira com a Tunísia.

Ao menos 30 mil pessoas, em sua maioria trabalhadores tunisianos e egípcios, já fugiram da Líbia, devido aos confrontos, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM). O país conta com um total de 1,5 milhão de imigrantes ilegais, muitos deles nativos de Egito, Tunísia, Sudão, Níger e regiões do Oeste e do 'chifre' da África, localizado no nordeste do continente.

De acordo com a organização, cerca 15 mil tunisianos, centenas de africanos, mil egípcios, 830 chineses e 300 líbios, a minoria, também teriam deixado o país.

Com agências