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Partido de Kassab pode disputar eleição antes de se unir ao PSB

Idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o PDB (Partido da Democracia Brasileira) tende a disputar as eleições municipais de 2012 com o lançamento de candidaturas próprias ou com coligações. Ao concorrer no pleito, a legenda teria mais legitimidade para, posteriormente, justificar a fusão com outro partido – provavelmente o PSB, que deve ser um dos principais parceiros eleitorais no próximo ano.

Kassab planejou fundar o PDB como atalho para sair do DEM e se filiar ao PSB, com riscos mínimos de ver a manobra contestada por infidelidade partidária. A estratégia inicial era fundir o PDB com o PSB. Diante das reações negativas aos planos de Kassab e do presidente peessebista, Eduardo Campos, a proposta é que o PDB se credencie como partido e dispute uma eleição antes de definir seu rumo.

Além de evitar eventuais contestações na Justiça, os socialistas estão confiantes de que com essa tática vão conseguir "segurar" quadros importantes. É o caso da deputada Luiza Erundina (SP), que ameaça deixar o partido, caso o PSB se una ao PDB de Kassab. "Vou lutar para ficar no PSB. Mas, se for concretizada essa fusão com o PDB, não tenho condições de permanecer no partido", avisa Erundina.

A um ano e sete meses das eleições municipais, os idealizadores do PDB buscam agora lideranças políticas dispostas a entrar na disputa por prefeituras ou por uma vaga nas Câmaras Municipais. Assim que se desfiliar, Kassab começará um giro pelo país em busca de filiados.

Ainda na segunda quinzena deste mês, ele vai se reunir com o governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), que estaria interessado em ingressar na nova sigla. Outro que estuda trocar o PMN pelo PDB é o senador Sérgio Petecão, do Acre.

O PSC, o PMN e o PV são os alvos do novo partido. Os deputados Silas Câmara (PSC-AM), Antonia Lucia (PSC-AC) e Fábio Ramalho (PV-MG) estariam dispostos a trocar de sigla. Até deputados do PMDB insatisfeitos com o pragmatismo do partido estariam de olho no PDB.

A expectativa é de que, já de cara, uma dezena deputados do DEM acompanhe Kassab no novo partido. Já na opinião de veteranos do Congresso, o total de deputado federais que devem migrar ao PDB é de 25 – ou, no mínimo, 20. Cerca de 40% desses parlamentares viriam não do DEM, mas de outras legendas.

É nesse segundo grupo que reside a maior perspectiva de crescimento do PDB, que pode acolher não só oposicionistas como também integrantes da base aliada. No PP, no PTB e no PDT encontram-se interessados nessa migração.

Tudo somado, há quem enxergue o PDB com 35 deputados ou mais num curto espaço de tempo. Se isso acontecer, talvez Kassab pense duas vezes antes de promover a fusão com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Para o prefeito e para o Palácio do Planalto, é possível que a nova sigla tenha utilidade mais imediata assim: solteira.

Um dos deputados federais que devem aderir à sigla é Irajá Abreu (DEM-TO), filho da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que sonha disputar a Prefeitura de Palmas. Outro que deve tomar o mesmo rumo é o vice-governador da Bahia, Otto Alencar (PP). Na próxima semana, Kassab pretende ir a Salvador para encontrar-se com Alencar.

Também na Bahia, depois de se desentender por razões familiares e eleitorais com o líder Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), o deputado Paulo Magalhães (BA) está de malas prontas para deixar o DEM e ir para a nova sigla. O deputado Fernando Torres (DEM-BA) deverá acompanhá-lo.

A ideia é tentar montar o PDB nos municípios menores da Bahia. Em Salvador, o partido fecharia com o PT do governador Jaques Wagner, com o PSB da senadora Lídice da Mata e apoiaria o deputado petista Nelson Pelegrino para a prefeitura da capital.

A estratégia dos kassabistas é trazer lideranças políticas que estão desconfortáveis em seus partidos e convencê-las a turbinar a nova legenda para a disputa nas eleições municipais do ano que vem. Kassab está em busca desses políticos. Ele próprio deverá concretizar sua saída do DEM no dia 15, data de uma convenção extraordinária do partido.

Da Redação, com agências