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Japão: Terremoto e tsunami destroem parte da costa leste

A costa do Japão foi atingida nesta sexta-feira (11) por um terremoto de magnitude 8,9 graus na escala Richter, um dos mais intensos dos últimos anos, de acordo com especialistas. O epicentro foi na costa próxima à província de Miyagi, a 373 quilômetros da capital. A agência oficial de notícias Kyodo afirma que há mais de 1,5 mil mortos e mais de 88 mil desaparecidos após as catástrofes naturais que atingiram o país.

Em Sendai, capital da província de Miyagi, os sismógrafos registraram tremores de até 7 graus na escala japonesa. A energia elétrica e o gás foram cortados na cidade. Outras duas réplicas, de magnitude inferiores a 6 graus, atingiram o arquipélago e fizeram com que os prédios na capital balançassem continuamente.

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O epicentro do abalo ocorreu no fundo do mar, a uma distância de 160 quilômetros da costa, no mesmo local onde foi registrado um terremoto de 7,3 graus na última quarta-feira. A TV pública NHK mostrou imagens de barcos e carros sendo arrastados pelo tsunami na região mais a leste de Tóquio.

Comunidade internacional presta apoio

A comunidade internacional presta apoio e solidariedade aos japoneses. A Organização das Nações Unidas (ONU) se colocou hoje à disposição para enviar equipes de salvamento ao Japão na tentativa de ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o país, registrando 8,9 graus na escala Richter.

A porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs, afirmou que 30 equipes são mantidas em estado de alerta.

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que está pronto para apoiar o Japão no que for necessário. "Claro que estamos prontos para ajudar os nossos vizinhos a fazer face às consequências desse sismo muito grave", declarou Medvedev.

Medvedev ordenou ao ministro das Situações de Emergência, Serguei Tchoigu, a apresentar um plano de ajuda e deu ordens para tentar minimizar os eventuais danos de um tsunami no arquipélago das Curilas, cuja zona meridional está próxima do Japão.

As quatro ilhas das Curilas do Sul, retomadas pela ex-União Soviética em 1945, são alvo de uma disputa entre a Rússia e o Japão, que impediu até agora a assinatura de um acordo de paz pelos dois países. O Japão apoderou-se de parte das ilhas em 1905, na guerra que envolveu o país com o Império Russo.

As comunicações nas principais cidades do Japão estão interrompidas. O metrô em Tóquio parou, assim como os trens que dão acesso a algumas regiões do país também estão paralisados. Uma hora depois dos tremores de terra, o primeiro-ministro, Naoto Kam, fez um pronunciamento à nação pedindo calma e informando que a situação estava sob controle.

Japão tem histórico de terremotos

Localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, o Japão é atingido por cerca de 20% de todos os terremotos de magnitude superior a 6 graus que ocorrem no mundo. Há uma longa história de abalos sísmicos no Japão, porém outras regiões do mundo também têm registros de abalos históricos, como o Chile, os EUA e recentemente o Haiti, cujo terremoto matou mais de 220 mil pessoas, em janeiro de 2010.

Em 22 de maio de 1960, houve abalos na região de Valdivia, no Chile, atingindo 9,5 graus na escala Richter. Os tremores provocaram 5 mil mortos e um tsunami, que chegou às costas do Havaí e das Filipinas, onde morreram 61 e 32 pessoas respectivamente.

Quatro anos depois, em 27 de março de 1964, abalos de magnitude de quase 9 graus na escala Richter atingiram o Alasca e a costa Nordeste da Califórnia, deixando 121 mortos e um tsunami com ondas de 6 metros, que mataram mais 11 pessoas em Crescent City, na Califórna.

Há seis anos, em 26 de dezembro de 2004, um maremoto de 8,9 na escala Richter, com epicentro em Aceh, na Indonésia, seguido de tsunami, causou 229.866 mortos em 12 países banhados pelo Índico.

No ano seguinte, em 28 de março de 2005, abalos de 8,7 graus na escala Richter atingiram a costa indonésia de Nias, com 547 mortos e mil desaparecidos. No ano passado, em 12 de janeiro, o Haiti foi devastado por um terremoto de 7 graus na escala Richter. Mais de 220 mil pessoas morreram e até hoje muitas famílias vivem em abrigos improvisados.

Em 27 de fevereiro de 2010, um terremoto de magnitude 8,8 graus na escala Richter atingiu o centro e o norte do Chile. A estimativa é que 525 pessoas morreram e 25 desapareceram; houve ainda prejuízos materiais e o país até hoje passa pelo processo de reconstrução. Os tremores também foram acompanhados por um tsunami que matou 156 pessoas nas zonas costeiras do Chile e no arquipélago Juan Fernández.

Países vizinhos emitem alerta

Os tremores de até 8,9 graus de magnitude na escala Richter, registrados hoje no Japão, foram sentidos também no norte da China. Ainda não há registro de vítimas na China. As autoridades do Havaí e das Filipinas ordenaram também a retirada da população das zonas costeiras situadas perto do nível do mar devido ao alerta de tsunami, emitido depois do terremoto ocorrido no Japão.

Na China, os tremores foram sentidos especialmente por quem estava em edifícios em Pequim, a capital chinesa, e Tianjin. Ontem (9) houve tremores de 5,8 graus na escala Richter na região chinesa de Yunnan, no sudoeste do país, causando 25 mortes e cerca de 250 feridos.

A Agência Meteorológica do Japão emitiu alerta de tsunami para ondas de até 10 metros em toda a costa do Pacífico. As ondas podem atingir também as Filipinas, o Havaí, a costa pacífica da Rússia, a Indonésia, Taiwan e até mesmo países da América do Sul, como o Chile.

Em Sendai, capital da província de Miyagi, os sismógrafos registraram tremores de até 7 graus na escala japonesa. A energia elétrica e o gás foram cortados na cidade. Outras duas réplicas, de magnitude inferiores a 6, atingiram o arquipélago e fizeram com que os prédios na capital balançassem continuamente.

Usina nuclear preocupa governo

As preocupações do governo japonês neste momento estão voltadas para o risco de vazamento de radiação nuclear. A agência de notícias Kyodo News informou há pouco que o nível de radiação no prédio do reator número 1 da usina de Fukushima está elevado.

O sistema de resfriamento do reator foi danificado pelo terremoto. O porta-voz do governo, Yukio Edano, confirmou em entrevista coletiva que “nós temos uma situação em que um dos reatores (da usina de Fukushima) não pode ser resfriado”.

Pelo menos 3 mil pessoas que moram próximas à usina foram evacuadas. A usina é operada pela Tokyo Electric Power. A cidade de Fukushima foi uma das mais atingidas pelo tremor, com pelo menos 1,8 mil casas destruídas.

O governo do Japão emitiu mais cedo um alerta de estado de emergência nuclear, determinando a evacuação das áreas próximas a todas as usinas atômicas. O país possui cerca de 50 usinas.


Com agências