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Deputados protocolam processo contra Bolsonaro por racismo

Deputados protocolaram, na noite desta terça-feira (29), representação para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) seja investigado pela Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Os deputados acusam Bolsonaro de ter feito comentários racistas feitos durante o programa CQC, da TV Bandeirantes, exibido na segunda-feira (28).

A representação, assinada por 20 deputados, pede ainda que Bolsonaro seja destituído da Comissão de Direitos Humanos pelo seu partido. “Não cabe uma pessoa que não defenda esses direitos atuar em uma comissão voltada para esse fim”, disse a presidente da Comissão, deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).

O documento foi também encaminhado ao Ministério Público e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ, uma das signatárias do documento, as declarações do colega fluminense constituem-se num grave desrespeito à Constituição brasileira, que estabelece o direito à igualdade.

“Na condição de parlamentar, ele tem obrigação de servir como exemplo à sociedade. Inaceitável, portanto, que ele apareça na TV estimulando publicamente uma prática vergonhosa de discriminação. O mundo não tolera mais conviver com esse tipo de violação”, criticou.

Para o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), outro dos signatários do documento, “desta vez, Bolsonaro caiu na própria armadilha ao fazer declarações racistas. Se antes ele podia injuriar as mulheres, os homossexuais e outras minorias impunemente, agora ele cometeu um crime previsto pela Constituição”.

Defesa

Bolsonaro informou que pediria a sua convocação pelo Conselho de Ética da Câmara para esclarecer o caso. Ele garantiu não ser racista. Bolsonaro disse que entendeu errado uma pergunta feita pela cantora Preta Gil e pensou estar criticando o casamento gay, e não o namoro de uma mulher negra com um homem branco.

"O que eu entendi da Preta Gil foi o seguinte: caso seu filho tenha um relacionamento com um gay, como você procederia? Foi isso que eu entendi. Tanto é que, se pegar minha resposta, não casa com a pergunta do CQC. Alguma coisa errada aconteceu: ou eu não entendi a pergunta, que eu acho que é o mais certo, ou até um possível equívoco no tocante à edição da matéria. Só isso e mais nada. Até porque, quem seria maluco de dar uma resposta daquela? Até mesmo uma pessoa racista não responderia aquilo, muito menos alguém que depende de voto para ficar aqui", disse o deputado.

De Brasília
Com Agência Câmara