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Estudante negro perseguido por policiais pode mudar-se para Bahia

“Haverá um esforço institucional muito grande para encontrar a melhor solução para o caso do Helder”. A declaração é do reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Paulo Gabriel Nassif, ao receber o estudante Helder Souza Santos. Helder é o estudante negro de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, que denunciou a discriminação racial sofrida dos policiais militares em seu município.

A reunião foi precedida por uma audiência pública com participação do Coletivo de Estudantes Negros e Negras da universidade, quando foi discutida a possibilidade de transferência do aluno da UNIPAMPA para a UFRB. A modalidade de ingresso consiste na realização de um processo seletivo, que será iniciado, de acordo com o calendário acadêmico, no dia 16 de maio próximo.

Na reunião, o Secretário Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia, Almiro Sena, se comprometeu em enviar um ofício aos organismos da Justiça Militar e Civil do Rio Grande do Sul, solicitando rapidez na apuração da denúncia e colocou a Secretaria de Justiça à disposição dos órgãos gaúchos.

Além do reitor, participaram da reunião a pró-reitora de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis, Rita Dias, os representantes da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir) e da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, Carlos Alberto Júnior e Shana Damasceno, que garantiram o apoio institucional ao jovem.

Entenda o caso

Após sair de uma festa com os amigos, em Jaguarão, no dia 6 de fevereiro, o estudante negro Helder Souza Santos foi abordado por policiais militares para uma revista. Ao questionar o motivo da abordagem dos policiais que, afirma ter sido truculenta, o estudante teria sido agredido, jogado no chão e algemado, além de ter ouvido ofensas racistas.

“As pessoas pediram para não me levar porque conheciam a gente. Um dos policiais estudou comigo na minha sala. Mesmo assim, fizeram esse tipo de coisa”, conta Helder.

No dia seguinte, o estudante teria registrado ocorrência de racismo e agressão na Corregedoria da Brigada Militar (BM) e na Polícia Civil, o que levou o caso ao conhecimento da imprensa local. Helder teria então começado a receber ameaças de morte, sendo obrigado a deixar a cidade de Jaguarão, onde estuda,

Com informações da Seppir