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Vereador rechaça ataques da Veja contra comunidade árabe de Foz

Um instrumento de solidariedade aos insultados e também busca refutar a ação sistemática da revista Veja em manchar a imagem da comunidade árabe e da fronteira. Este é o papel da Moção de Solidariedade n°06/2011, aprovada na sessão desta terça-feira (12), de autoria do vereador Nilton Bobato (PCdoB), ao Sr. Sael Atari e estensiva à comunidade árabe em decorrência das acusações falsas de terrorismo patrocinadas pela Revista Veja contra os árabes da fronteira.

A moção de solidariedade é uma reação do vereador à matéria veiculada na última edição da revista Veja, que insinuou haver ligação dos árabes residentes na fronteira com as supostas células terroristas da Al Qaeda no Brasil. A entrega da moção acontecerá na sessão da próxima terça-feira, 19, às 8h30.

A moção cita a afirmação do jornalista, Reinaldo Azevedo, divulgada na revista, onde ele diz que “a Polícia Federal tem provas de que a Al Qaeda e outras quatro organizações terroristas usam o Brasil para divulgar propaganda, planejar atentados, financiar operações e aliciar militantes”. A revista citou como "líder" da suposta organização terrorista na cidade paranaense, o senhor Sael Atari, que segundo Nilton Bobato, “é um personagem de Foz do Iguaçu respeitado e admirado por todos que o conhecem”.

Sael Atari reside em Foz do Iguaçu desde 1990. É casado com a brasileira Leila Atari com quem tem três filhas. Atari é comerciante têxtil na cidade e contribui significativamente com a geração de emprego e renda em Foz do Iguaçu.

Os insultos da revista Veja repercutiram tanto na comunidade quanto no legislativo de Foz do Iguaçu, cidade que possui a maior colônia árabe do país, e divide, com os povos de várias etnias, a convivência pacífica e harmoniosa. Para Nilton Bobato, “a Casa de Leis que representa a pluralidade e a diversidade étnica de Foz do Iguaçu não poderia ficar indiferente aos insultos promovidos pela revista Veja, uma vez que as informações levianas e infundadas nada coincidem com a realidade harmônica entre os povos que vivem na fronteira”, disse.

Segundo o vereador, outro fator que chama a atenção é que a matéria publicada é a repetição de um texto divulgado pela revista há quatro anos. “A leviandade da revista é tamanha que a recente matéria publicada pelo veículo de comunicação é repetição de um texto que já havia sido publicado em 2006. A calúnia e a difamação sob o mesmo número de caracteres, linhas e parágrafos”.

De acordo com o texto da moção, esta não foi a primeira vez que a Veja insulta a comunidade árabe que reside em Foz ao vinculá-la ao terrorismo e a um suposto programa de ações de inteligência e divulgação da propaganda terrorista no país. A mesma revista já patrocinou, inclusive, especulações sobre uma suposta estada de Bin Laden em Foz do Iguaçu, logo após o seu suposto desaparecimento do Oriente Médio. Na ocasião, a comunidade iguaçuense também reagiu contra os insultos da revista, e até chegou a ironizar a possível estada de Bin Laden na região em vários jornais, como atitude de repúdio às informações veiculadas pela Veja.

Para o vereador, os ataques sistemáticos da revista da editora Abril demonstram a prioridade do veículo com o sensacionalismo em detrimento à informação verídica e expõe o editorial conservador da revista. “A Veja provoca estas matérias de terrorismo justo em contextos de guerra no Oriente Médio, para reforçar a necessidade de ataques no Oriente Médio em benefício do imperialismo. Isto demonstra claramente que suas invenções chamadas de matérias escondem interesses obscuros de sua linha editorial, e coloca em cheque a credibilidade da informação deste veículo de comunicação”.

Nilton Bobato questiona: “Existe lei que considera crime inafiançável o terrorismo psicológico engendrado por determinados meios de comunicação?”.