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Toninho do Diap: novo partido ajuda governo e até a esquerda

O Partido do Kassab, como é conhecido o novo Partido Social Democrático (PSD), idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vai ajudar o Governo Dilma, já que oferece apoio e adesões. Essa é a avaliação de Antônio Augusto Queiroz, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) – o Toninho do Diap, que vê na adesão ao governo também uma ajuda às forças de esquerda, apesar do novo partido ser de centro-direita.

Ele admite que, dentro do espectro partidário do país, o PSD, cuja instalação acontece na tarde desta quarta-feira (13), em Brasília, “é um Partido de formação de centro, com inclinação para direita” e que, “no interior da coalização do governo vai se aliar as forças mais conservadoras, como PTB, PR e eventualmente o PMDB”.

Para o analista político, essa movimentação dentro da formação do governo serve também às forças de esquerda. Ele diz que “a partir dessa adesão, as forças de esquerda no interior do governo devem ficar mais atentas e intensificar a defesa de suas propostas, programas”. Segundo ele, atualmente, “as forças de centro-esquerda acreditam que são maioria e tem acompanhado, quase que sem críticas, as ações do governo”.

“(A adesão do PSD ao governo) Ajuda no sentido de alertar para que fique mais atenta aos postulados da esquerda e centro esquerda”, afirma Toninho.

Oposição fragilizada

Ele diz ainda que o novo partido fragiliza ainda mais a oposição, porque tem “majoritariamente gente de oposição, o que caracteriza a falência desse modelo de oposição, de modo intransigente, que não vê nenhum mérito na administração do Presidente Lula e da Presidente Dilma e suas alianças”.

O novo partido, embora tenha origem regional ,que é São Paulo, e tenha sido criado para facilitar a vida de Kassab, atrairá parlamentares de outros partidos que não apenas do DEM – ex-partido do prefeito de São Paulo. A expectativa é de que terá, em sua formação, políticos oriundos do PP, PPS, PSB, PMDB, PSDB, DEM e PR.

Para Toninho do Diap, a criação do novo partido é “uma estratégia de sobrevivência politica da oposição, utilizando ‘janela partidária’ para sobreviver politicamente a partir da aproximação com o governo, considerando que vê perspectiva de que o grupo e o projeto que está no poder se mantenha por bastante tempo”.

“Para o governo Dilma essa aproximação é excelente porque não tem compromisso com os problemas do Partido e recebe apoio voluntário”, afirma o analista político, enfatizando que “não se recusa esse apoio, porque ganha novas adesões e reduz oposição”.

De Brasília
Márcia Xavier