Líbia adverte Grã-Bretanha sobre operações terrestres
A Líbia alertou a Grã-Bretanha nesta quarta-feira que seria "inútil" enviar assessores militares para Benghazi no suposto interesse de ajudar a organizar uma rebelião armada, uma tarefa que o país do Norte da África descreveu como "missão impossível".
Publicado 20/04/2011 05:26
O vice-chanceler líbio Khaled Kaim, criticou a decisão anunciada por Londres e lembrou que ultrapassar o mandato da ONU já foi alvo de críticas de Tripoli. O governo líbio lembra que a resolução do Conselho de Segurança sobre a imposição de uma zona de exclusão aérea, não autoriza a realização de operações terrestres.
"Organizar a quem, se eles (os rebeldes) são grupos diferentes, não têm nenhum líder, não são bem organizados?” – questiona Kaim em entrevista coletiva na televisão estatal da Líbia.
De acordo com o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, o seu país vai enviar uma dezena de oficiais e instrutores militares para Benghazi, segunda cidade da Líbia, que se tornou a capital da oposição desde o 15 de fevereiro na luta contra o governo de Muamar Kadhafi.
Segundo ele, os soldados britânicos vão participar de um grupo diplomático e não cooperar com o opositor Conselho Nacional de Transição (CNT) para aconselhar sobre como melhorar suas forças armadas, estruturas organizacionais e sistema de comunicações.
Essa cooperação com a oposição líbia, que os analistas descrevem como "a coisa mais próxima de uma intervenção europeia terrestre" no conflito na Líbia, incidirá também sobre a logística.
Além disso, o impasse persiste na luta, apesar de os opositores do governo terem tomado a cidade oriental de Ajdabiya, com o apoio dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico (Otan).
Entretanto, esse êxito no terreno não lhe serviu para continuar a ofensiva rumo contra a região ocidental, tomar a cidade e o porto petrolífero de Brega, no afã para ocupar Sirte, cidade natal do líder líbio e chegar a Misratah e Trípoli.
De fato, em Misurata, único o reduto rebelde ocidental, estes solicitaram oficialmente a intervenção das tropas da Otan no terreno para combater as tropas do governo.
Os insurgentes continuam sitiados pelo exército leal a Kadafi, apesar de os aviões da Aliança Atlântica terem bombardeado centros de comando em Trípoli posições cerca de Misratah e outras perto Ajdabiya, no leste.
Com agências