Itália declara que também vai treinar amotinados líbios
A Itália vai oferecer treinamento militar aos amotinados líbios, segundo informou nesta quinta-feira (21) o ministro da Defesa Ignazio La Russa. De acordo com ele, "a decisão foi tomada após uma conversa" entre o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o inglês David Cameron.
Publicado 21/04/2011 13:40
"Entre Itália e Inglaterra, há plena consciência da necessidade de treinar os rebeldes: são jovens que desejam lutar por uma causa, mas não têm a capacidade necessária para isso", filosofou La Russa.
"Iremos onde há condições de segurança para fornecer nosso 'know-how' e treiná-los para lutar contra um Exército que, por sua vez, é profissional", disse o ministro. La Russa disse que a Itália colocará à disposição do que o ocidente chama de Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) cerca de dez instrutores militares.
O anúncio ocorre um dia após o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, e o presidente Giorgio Napolitano se reunirem com o líder do CNT, Mustafá Abdel Jalil.
Também na quarta-feira o Reino Unido divulgou que enviará militares do país para "aconselhar" os rebeldes líbios. Os oficiais vão se instalar na cidade de Benghazi, reduto das forças amotinadas e, segundo Londres, "não devem participar" dos combates contra as forças armadas do país.
Em março, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou duas resoluções que previam a criação de uma zona de exclusão aérea e a adoção de mecanismos para supostamente "proteger os civis líbios". Nenhum dos documentos, no entanto, autoriza atividades em solo.
Isso não é importante para o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague. Segundo ele enviar militares também cumpre com a resolução 1973, que em teoria deveria proteger os civis líbios. O que se vê, na prática, é a morte de civis cada vez mais maior nas cidades atacadas pelos militares amotinados e pelas forças agressoras da Otan.
Nesta quarta-feira, o chanceler líbio, Abdul Ati al Obeidi, advertiu que o envio de militares britânicos para o país pode danificar um possível diálogo de paz, pois a presença de oficiais estrangeiros em Benghazi vai "prolongar os enfrentamentos".
Segundo o diplomata, "acreditamos que qualquer presença militar é um passo atrás, e estamos seguros que, se estes bombardeiros cessarem, poderemos iniciar um diálogo entre todos os líbios sobre o que se quer, como democracia, reforma política, Constituição e eleições".
Com agências