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Em crise, PSDB e DEM perderão até 12 vereadores em São Paulo

Num cenário de enfraquecimento da oposição, a maioria dos seis vereadores que estão de saída do PSDB de São Paulo deve migrar para partidos da base do governo federal. Dois desses ex-vereadores tucanos da capital paulista — o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto, e Souza Santos — pretendem rumar para a legenda que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, decidiu fundar, o PSD (Partido Social Democrático).

O vereador Juscelino Gadelha acertou sua ida ao PMDB e deve formalizar sua filiação na semana que vem. "Sou um tucano de pouca penagem que volta para o seu ninho, o PMDB", disse Gadelha, que foi do partido entre 1998 e 2003. "Se o PMDB apoia o governo Dilma, vou acompanhar a agremiação", disse.

Ligado ao ex-governador de São Paulo, José Serra, o futuro peemedebista explicou que sua saída do PSDB tem como única razão o tratamento dispensado pelo grupo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). "A nova direção do PSDB queria que a gente perdesse na urna no ano que vem, iam dar o troco", afirmou. Em 2008, na disputa para prefeito da capital, os vereadores tucanos não seguiram com Alckmin e apoiaram Kassab, conforme acordo fechado com Serra.

O vereador Ricardo Teixeira também está em conversas avançadas com o PSB, outra legenda da base da presidente Dilma Rousseff. Gilberto Natalini e Dalton Silva têm conversado com o PV. "É o partido que mais se aproxima do que eu penso. O PSD não é uma opção que se alinhe à minha história de vida ou ao meu futuro político", disse Natalini. Da bancada de 13 vereadores, o PSDB ficará com apenas sete.

“Demos” também encolhem

No DEM, o número de dissidentes aumentou nesta quinta-feira (28). O vereador Carlos Apolinário anunciou que pretende sair do seu partido. Será o sexto vereador do DEM a deixar a legenda. A bancada do partido na Casa ficará reduzida a dois parlamentares: Milton Leite e Sandra Mudalen.

Apolinário se disse decepcionado com a direção nacional do DEM por não ter sido convidado à reunião desta quinta-feira da executiva nacional, em Brasília. "Não mereço o tratamento que tive, não abro mão disso. Ou me respeitam ou não sou democrata. Como me sinto à vontade em um partido onde sou inexistente?", completou. "Parece que estamos repetindo os erros do PSDB", completou.

O vereador disse que ainda vai pensar para qual legenda migrará. "Vários partidos me convidam", afirmou. Ele negou que irá para a sigla de Kassab, ao contrário dos cinco colegas da bancada. "Não vislumbro no PSD espaço para fazer política agora", disse.

Apolinário fez críticas à escolha de Alexandre de Moraes para a presidência do diretório municipal paulista. Moraes foi secretário de Kassab até junho do ano passado e saiu brigado com o prefeito. "Ele nunca foi dirigente partidário, nunca foi eleito. Basta ser inimigo declarado do Kassab para ser escolhido", afirmou.

O vereador Milton Leite, que ameaçou sair do DEM caso não conseguisse a presidência do diretório estadual, resolveu se manter na sigla. Na quarta-feira, convenceu o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), a abrir espaço nas executivas estadual e municipal a ele e a seus filhos, o deputado federal Alexandre Leite e o deputado estadual Milton Leite Filho. Saiu da reunião com a vice-presidência da executiva estadual paulista.

O filho Alexandre foi para a vice-presidência municipal. O outro filho virou representante nos dois diretórios. Desde a saída de Kassab do DEM, há cerca de um mês, os diretórios da capital e estadual estavam vagos. "Se eu saísse, meus filhos também sairiam e o DEM perderia o direito de verificação de presença na Câmara Federal, porque a bancada cairia de 32 para 31."

Da Redação, com informações do Valor Econômico