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Conferência internacional em Cuba fará repúdio a bases militares

O Movimento Cubano pela Paz (MovPaz) e o Conselho Mundial da Paz (CMP) terminaram nesta terça-feira (3) os últimos detalhes para receber amanhã os delegados de 36 países que participarão na 2ª Conferência Internacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras.

O evento, que será realizado na província oriental de Guantânamo, tem o objetivo de condenar a ingerência das grandes potências na soberania dos povos, assegurou uma nota publicada no jornal Granma.

Além disso, no encontro se defenderá a paz mundial e será feito um protesto contra as invasões militares na Líbia, Afeganistão e Iraque.

De acordo com o programa do seminário, serão feitas projeções de vídeo, conferências e intercâmbios, e os participantes relatarão suas considerações em uma declaração final.

A Base Naval dos Estados Unidos na Baía de Guantânamo ocupa de forma ilegal cerca de 117 km² da costa cubana. A base existe desde 1898, quando foi estabelecida unilateralmente pela marinha dos EUA durante a guerra hispano-americana.

Só em 1905 é que o então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt estabelece um "acordo oficial" com o então governo cubano, do presidente Tomás Estrada Palma, pelo valor de pouco mais de US$ 4 mil.

Após a Revolução, o governo cubano denunciou o acordo e o invalidou, mas os Estados Unidos se negaram a abandonar a Base, violando as regras que eles próprios escreveram na assinatura do acordo 45 anos antes.

“Essa questão viola o direito internacional, viola o princípio da soberania das nações e dos povos e usurpa o território dos cubanos há mais de cem anos”, analisa Socorro Gomes, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do CMP, que participa da Conferência, realizada na cidade de Caymanera, na província de Guantânamo.

Os Estados Unidos têm hoje cerca de 800 bases militares espalhadas por todos os continentes. "O objetivo dos Estados Unidos é saquear e controlar os recursos naturais dos países, além de intimidar os povos para garantir governos submissos ao imperialismo", afirma Socorro.

Em maio de 2010 foi realizada a 1ª Conferência Internacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras, em Guantânamo, Cuba. O evento teve grande repercussão mundial, deflagrando ações contra bases estrangeiras em vários continentes.

Na ocasião, houve também o lançamento da campanha continental “América Latina de Paz”, com o lema de Fora Bases Militares Estrangeiras. Foi a partir desse evento que vários outros foram realizados ao longo do ano.

Houve atividades na Colômbia, Argentina e Cuba contra as bases militares. Essa campanha é fundamental, pois, na avaliação do CMP, a questão das bases militares é parte crucial de um projeto maior do imperialismo.

A Campanha Mundial Contra as Bases Militares foi lançada oficialmente em 2010, durante o Fórum Social Mundial realizado na cidade de Belém, no Pará.

Da redação