Militantes fazem manifestação pelo Memorial da Anistia em BH
Um prédio histórico de encontros da resistência estudantil em Belo Horizonte durante a ditadura militar, o antigo ''coleginho'' da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Bairro Santo Antônio, reuniu, neste sábado, centenas de militantes, políticos e membros da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia.
Publicado 14/05/2011 21:47 | Editado 04/03/2020 16:50

Em manifestação, os participantes fizeram um apelo em favor da entrega da sede nacional do Memorial da Anistia Política, anunciada há dois anos pelo Ministério da Justiça. Segundo o ex-vereador e membro do Comitê de Implantação do Memorial, Betinho Duarte, o local simboliza a luta do país contra a repressão. "O memorial vai ser um patrimônio não só de Belo Horizonte, mas de todo o Brasil. São cinco milhões de pessoas envolvidas diretamente na ditadura e que merecem essa representação", afirma.
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), destacou a importância simbólica do prédio da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG na luta contra a ditadura. "Demos todo o apoio desde o primeiro momento em que foi debatida a questão do memorial. A Prefeitura colaborou com a questão da área do terrenoe com o licenciamento para as obras", completou.
A reforma do antigo teatro está parada, mesmo com um investimento de R$ 5 milhões liberado pelo governo federal. O projeto consiste na recuperação do imóvel, a construção de um anexo administrativo e uma praça para integrar os 3,8 mil metros quadrados de área.
Em abandono, o local dá espaço ao lixo depositado a céu aberto e o único sinal de reforma é o telhado, que foi trocado com o travamento da madeira. Na entrada do antigo casarão, há tapumes de isolamento. De acordo com o cronograma oficial, o prédio anexo onde funcionaria o centro adminstrativo também já deveria ter sido entregue, mas não há previsão para a inuaguração. Segundo a UFMG, a obra está sendo realizada em parceria com o governo federal e a Prefeitura de Belo Horizonte.
Após a recuperação, o casarão principal abrigará um museu com espaço para exposições e o centro de documentação, com capacidade para o acervo de mais de 60 mil processos de indenização da Comissão da Anistia Política, dossiês administrativos, fotos, imagens, relatos, testemunhos, livros, áudios e vídeos relativos aos períodos de repressão, entre 1946 e 1988.
Fonte: Portal UAI