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Movimento LGBT comemora com 113 eventos Dia Contra Homofobia

O movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) organizou uma série de eventos para marcar a passagem do Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, comemorado a cada 17 de maio. No total, serão 113 eventos em todo o país. Um deles é o 8º Seminário Nacional LGBT, que acontece nesta terça-feira (17), na Câmara dos Deputados. Na quarta-feira (18), o movimento promove a 2ª Marcha Nacional Contra a Homofobia, que acontecerá na Esplanada dos Ministérios.

Também amanhã a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) realiza uma vigília da Campanha Latino-Americana “Curas Que Matam”, em frente ao Museu Nacional de Brasília. A vigília ocorre entre 19 horas e meia-noite.

Os eventos alusivos ao dia 17 de maio têm por objetivo chamar a atenção dos governos e da opinião pública para a realidade de opressão, marginalização, discriminação e exclusão social em que vivem milhares de cidadãos e cidadãs LGBTs em todas as 27 unidades federativas do Brasil, e também em todos os países do mundo.

Para a deputada Érica Kokay (PT-DF), as manifestações do movimento este ano terão um sabor diferente, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou no último dia 6 de maio a união civil entre pessoas do mesmo sexo. “Infelizmente, o parlamento não aprovou a lei que tramita nesta Casa há 16 anos sobre união civil homossexual. No entanto, a democracia encontra suas brechas e desta vez ela veio pela reafirmação da Constituição Brasileira, que diz que todos são iguais perante a lei. Isso representa um avanço gigantesco rumo à superação das bandeiras históricas do movimento LGBT”, afirmou.

O desafio agora, afirmou a petista, é aprovar o projeto de lei que criminaliza a homofobia. “O Brasil já teve que criminalizar o preconceito racial e agora terá que fazer o mesmo em relação ao preconceito contra os homossexuais. Infelizmente, temos que criminalizar o que não deveria existir”, afirmou.

Críticas a Bolsonaro

A petista manifestou solidariedade à senadora Marta Suplicy (PT-SP), que foi insultada na última semana pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), após defender a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia. “Isso significa que ainda existem pessoas que legislam com ódio e isso é criminoso. Essa é mais uma das razões pelas quais temos que aprovar este projeto”, disse. A senadora é relatora da matéria na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), presidente da Comissão de Educação da Câmara, também repudiou os constantes ataques do deputado Bolsonaro à comunidade LGBT e disse que este tipo de atitude não cabe em um Estado laico como o Brasil. “Mesmo respeitando posições e convicções contrárias de alguns parlamentares, o parlamento não pode se omitir neste debate nem deixar de tomar posição em sintonia com os demais poderes”, destacou.

E acrescentou: “O Congresso, que é a casa do povo, não pode dar as costas para a sociedade. Tanto no plano do executivo, quanto no judiciário já houve avanços importantes, mas até agora não conseguimos aprovar leis que assegurem a cidadania para todos, independe de raça, credo, orientação sexual ou gênero”.

A lista completa das atividades comemorativas nos estados está no portal da ABGLT