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Com terremoto e tsunami, Japão afunda na recessão econômica

O governo japonês anunciou nesta quinta-feira (19) que a economia do país, a terceira maior do mundo, voltou a cair em recessão no primeiro trimestre do ano. A principal causa do retrocesso foi o prejuízo decorrente do terremoto e do tsunami que abalaram a nação asiática no dia 11 de março.

Segundo o governo, o PIB japonês caiu 0,9% no primeiro trimestre de 2011 em comparação ao trimestre anterior. Sobre o mesmo período de 2010, a queda foi de 3,7%.

No último trimestre de 2010, a economia japonesa já havia recuado 0,8% em relação aos três meses precedentes e 3% em ritmo anual, segundo as estatísticas oficiais. A recessão se define tecnicamente como dois trimestres consecutivos de contração do PIB.

O retrocesso no período janeiro-março de 2011 foi maior que o previsto pelos economistas. Os 26 analistas consultados pelo grupo de informação econômica Nikkei previam um recuo de 0,4% no trimestre e de 1,8% em ritmo anual.

O Banco Central do Japão começa hoje uma série de reuniões para discutir a política monetária do país em meio à crise. Após o terremoto, o banco injetou bilhões de dólares no sistema financeiro, na tentativa de revitalizar a economia.

De acordo com analistas econômicos, o impacto do tsunami e do acidente nuclear que se seguiu na central de Fukushima abalou a confiança dos investidores. O consumo e as exportações japoneses foram os mais afetados pelo declínio econômico.

Pesquisas apontam queda nas vendas e pessimismo por parte dos consumidores. Ao mesmo tempo, o país sofreu com o aumento nos preços das importações de commodities, cujos custos aumentaram no mercado internacional.

A forte queda "se deve, em grande parte, aos efeitos do terremoto", confirmou o ministro de Política Econômica, Kaoru Yosano. Segundo ele, a economia japonesa ficará fragilizada por algum tempo, mas isto não durará muito porque "é suficientemente resistente para se recuperar deste teste".

Especialistas temem um agravamento da recessão no segundo trimestre deste ano devido ao tamanho do dano nos circuitos logísticos e na produção industrial, que afetam especialmente as exportações. O vazamento na central nuclear de Fukushima também gera desconfiança nos países importadores de produtos japoneses, que já proibiram a entrada de certas mercadorias.

Neste contexto, a recuperação não é esperada para antes do terceiro trimestre do ano, advertem alguns economistas. O próprio Yosano admitiu que não seria "surpreendente" o prosseguimento da queda da atividade no segundo trimestre.

Apesar de tudo, o ministro espera que a economia japonesa cresça ao menos 1% este ano, graças aos esforços do governo. Segundo Yosano, os esforços pela reconstrução do Nordeste do país — área que sofreu os principais prejuízos não só pelo terremoto seguido por tsunami como também pelos acidentes nucleares — devem fomentar o crescimento.

Da Redação, com agências