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Presidente de Honduras tenta negociar retorno do país à OEA

O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, e a chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, se reuniram para analisar um esboço do acordo que facilitará o retorno do país da América Central à Organização de Estados Americanos (OEA). A chanceler não revelou detalhes sobre as questões tratadas durante o encontro, que durou quase seis horas.

A diplomata colombiana destacou que a comissão de mediação tem trabalhado intensamente e realiza permanentes consultas por telefone e por e-mail para chegar a um acordo que permita que "Honduras possa voltar rapidamente à OEA". Ela também considerou como "muito importante" a reunião com Lobo para discutir "cada um dos pontos de maneira detalhada e seguir avançando nesta negociação que esperamos que tenha um final feliz em curto prazo".

Em entrevista coletiva, a chanceler disse que tem certeza que Honduras será reincorporado à OEA antes da Assembleia Geral do órgão — que acontecerá em El Salvador, entre os dias 5 e 7 de junho. Holguín reiterou o compromisso de mediação dos presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez, que foi discutida na reunião que ambos tiveram com Lobo no último mês de abril, em Cartagena das Índias.

Honduras foi expulsa da organização em 4 de julho de 2009, depois do golpe de Estado militar que depôs o presidente legítimo, Manuel Zelaya, seis dias antes. Zelaya está exilado na República Dominicana.

Como condições ao regresso de Honduras ao órgão, o ex-presidente impôs o retorno de todos os exilados ao país, o fim das políticas repressivas, punição aos responsáveis por violações aos direitos humanos, a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte e o reconhecimento da Frente Nacional de Resistência Popular como uma organização política.

O anúncio da anulação das acusações contra Zelaya, no início do mês, por parte do governo hondurenho favoreceu as negociações em torno do retorno do país e fez com que os Estados Unidos chagassem a pedir o "imediato encerramento" da suspensão.

Na ocasião, a Chancelaria americana emitiu um comunicado no qual dizia ter recebido de forma positiva o anúncio feito pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que afirmou que o cancelamento dos julgamentos era a "principal condição" para o retorno de Honduras à organização.

A anulação também motivou o retorno do presidente deposto a seu país. Dirigentes da Frente Nacional de Resistência Popular anunciaram, nesta terça-feira, que Zelaya tem previsto sua volta para antes do final de maio.

Da Redação, com informações da Ansa Latina