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G8 discute maratona de temas em Paris

Uma maratona de conferências ministeriais e reuniões antecedem nesta terça-feira (24) a Cúpula do Grupo dos Oito (G8) no balneário francês de Deauville, onde sob a atenção de todo o mundo as potências ocidentais preparam futuros cenários.

Por Fausto Triana, na agência Prensa Latina

O interesse de cobrir uma verdadeira maratona de temas em Paris, de segunda a quarta-feira, parece revelar o desejo em especila dos Estados Unidos e de seus aliados de adiantar estratégias em um mundo marcado pelas crises econômicas e pelo questionado papel da Internet.

A participação do presidente estadunidenses, Barack Obama, no evento de Deauville, na Normandía, com a sua secretária de Estado, Hillary Clinton, fica completa com o comparecimento similar do resto dos integrantes do G8.

No momento, o fogo está no foro sobre a Internet, que reune ao redor de mil especialistas internacionais, entre eles os criadores do Facebook, Mark Zuckerberg, da Wikipedia, Jimmy Wales, e da Amazon, Jeff Bezos, e também o presidente do Google, Eric Schmidt.

A ideia proposta pelo presidente francês, Nicolás Sarkozy, é "analisar o papel atual da web e preparar-se para o futuro", em uma atitude suspeitosa que revela certas inquietudes.

Se, no início, o ocidente aplaudiu o papel da Internet nas revoltas árabes, não oculta seus temores (com as revelações da WikiLeaks) e abertamente defende "uma regulação".

"Não permitam que a revolução que vocês lançaram transite rumo ao mal sem obstáculos nem restrições, não a deixem se converter em um instrumento em mãos daqueles que querem socavar nossa segurança, nossa integridade", assinalou Sarkozy.

O G8, em uma conferência realizada segunda-feira, debateu a delicada situação do emprego e da fragilidade das moedas, em um momento em que o panorama europeu, com Grécia, Portugal, Irlanda e a ameaçada Espanha, não é muito alentador.

No mesmo sentido, o titular do Conselho da Europa (CE), Herman van Rompuy, prometeu fazer todos os esforços possíveis para proteger e salvar o euro, a divisa dos 27 países, fortemente ameaçada, com as crises internacionais.

Obama pretende assegurar-se que o Velho Continente não só continuará com o seu papel de estreito aliado, como também que o acompanhará no futuro incerto da economia estadunidense, segundo diplomatas ouvidos em Paris.

Dessa forma, Hillary Clinton estará na Cidade Luz no encerramento do 50º aniversário da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e depois chefiará uma cerimônia na Unesco, ao lado de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.

Ao evento da OCDE participará também o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e uma delegação mexicana, composta pelos ministros da Fazenda, Ernesto Cordero, e de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, entre outros.

O encontro de Deauville servirá também para discutir o espinhoso tema das rebeliões nos países árabes, com acento particular nos temas ligados à Síria, Líbia e Iêmen, com postura às vezes discordantes, como as da Rússia e da Alemanha.

As perspectivas nucleares a partir da amarga experiência da usina japonesa de Fukushima é outro ponto importante na agenda, que deve obter também o consenso definitivo sobre a cruzadas contra o narcotráfico.

A questão da rota de cocaína para a Europa foi tratada durante uma reunião ministerial recente em Paris, com 14 nações da América Latina, Ásia e Oriente Médio participando como convidadas e que repetirão sua participação na conferência de Deauville.
 
Fonte: Agência Prensa Latina