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Presidente da Câmara suspende convocação de Palocci até 3ª feira

Depois de duas semanas de tentativas, os partidos de oposição conseguiram aprovar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para explicar na Câmara a multiplicação de seu patrimônio e suposto tráfico de influência praticado por sua empresa, a Projeto.

No início da noite desta quarta-feira (1º), em ação combinada com a base aliada, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), decidiu suspender a decisão da Comissão de Agricultura, onde foi aprovado o requerimento, até a próxima terça-feira, quando dará a palavra final.

Até lá, Palocci ficará exposto a um crescente desgaste político. A aprovação da convocação de Palocci ocorre um dia após senadores do PT terem cobrado explicações do ministro e do aumento do incômodo de deputados petistas e aliados pela ausência de respostas às denúncias. Antes de decidir pela suspensão, Marco Maia foi pressionado por parte da base que queria a anulação imediata da convocação.

Houve um temor, no entanto, de que a oposição poderia conseguir uma liminar no Supremo Tribunal Federal validando a decisão da comissão. “Optei por tomar uma decisão equilibrada”, disse Maia. Até semana que vem, ele pretende analisar as imagens da votação, as notas taquigráficas e ouvir integrantes da Agricultura sobre a votação.

Do total de 40 membros da comissão, a base reuniu 30 assinaturas a favor da anulação da convocação de Palocci. Na reunião da comissão, líderes do governo contabilizavam 28 votos, mas a votação simbólica não revelou essa maioria.

O próprio líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que no momento da votação estava ao lado de Palocci, no Palácio do Planalto, afirmou que viu, mais tarde, pelas imagens da TV Câmara, 14 votos contra o requerimento. Na votação simbólica, o resultado é avaliado visualmente e proclamado pelo presidente.

O governo classificou a aprovação na comissão de “golpe” e de “fraude”. O líder governista Cândido Vaccarezza, não reconheceu a votação. “Ele (Palocci) não irá a comissão, porque a comissão não aprovou a convocação. Foi um golpe do presidente da comissão. O resultado foi anunciado ao contrário. Não vale.”

Da Redação, com informações do O Estado de S. Paulo