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Bernanke reitera alerta ao Congresso sobre a dívida do império

O presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano), Ben Bernanke, voltou a fazer um apelo aos políticos para que aprovem o quanto antes um plano para conter o avanço da dívida pública americana.

Ao mesmo tempo, Bernanke alertou a oposição sobre os perigos de se usar a questão do aumento do limite da dívida – atualmente em US$ 14,3 trilhões – como moeda de troca para negociações com o governo. Para ele, a estratégia dos republicanos de pressionaR por cortes maiores no Orçamento pode representar um tiro pela culatra na economia americana.

Sérios danos

Durante discurso na Comissão de Orçamento, Ele lembrou que um pequeno atraso no pagamento das contas pode causar “sérios danos aos mercados financeiros”, incluindo aí a possibilidade de rebaixamento da nota de risco de crédito (rating) dos Estados Unidos e efeitos negativos sobre o dólar e os Treasuries.

Bernanle voltou a pedir a democratas e republicanos que elaborem um plano factível e de longo prazo para atacar o déficit orçamentário do país. Pelo terceiro ano consecutivo, o déficit deve encerrar o ano acima da casa de US$ 1 trilhão.

Parasitismo

O gigantesco endividamento da economia norte-americana reflete o crescente parasitismo do modo de reprodução capitalista no país, que vive muito além dos próprios meios que produz. E não é um problema apenas dos EUA, já que o financiamento das dívidas, destacadamente a pública, é feita com capital estrangeiro e investimento da China e outros países com superávit no balanço de pagamentos.

Outro meio que o FED encontrou para contornar o problema em curto prazo é a emissão desbragada de dólares associada a uma taxa básica de juros negativa (abaixo da inflação, entre 0 a 0,25% ao ano). A derrama de dólares extrapola os limites nacionais da economia estadunidense e irriga a oferta da moeda americana no resto do mundo, provocando a inflação das commodities e a chamada guerra cambial. A derrama contribui, por exemplo, com a valorização do real brasileiro.

As autoridades econômicas do império enfrentam sérios dilemas e obstáculos políticos, já que os republicanos, hoje majoritários no Parlamento, insistem em cortes mais efetivos nos gastos públicos preservando os interesses dos grandes capitalistas e prejudicando ainda mais a classe trabalhadora. A atividade produtiva continua anêmica e o índice de desemprego, agora estimado em 9%, voltou a crescer.

Com agências