Sem categoria

Com empregos e renda em queda, EUA vivem sua “década perdida”

Os Estados Unidos se encontram no meio de uma "década perdida", com redução da população empregada, da renda e da arrecadação tributária. O diagnóstico lúgubre foi apresentado pelo economista Lawrence Summers, ex-reitor da Universidade Harvard e diretor do Conselho Nacional de Economia da Casa Branca até o ano passado, em artigo divulgado esta semana por agências de notícias.

Summers alerta que a economia dos EUA corre o risco de enfrentar anos de estagnação ao estilo do Japão se não forem tomadas medidas de estímulo. Para Summers, "a retirada substancial do apoio fiscal à demanda no fim de 2011 seria prematura". Para reverter o quadro, ele propõe um receituário conservador: ampliar os cortes de tributos nos salários dos trabalhadores.

"Elevar o corte dos encargos sociais de 2% para 3% também seria desejável. Ao custo no curto prazo de pouco mais de US$ 200 bilhões, essas medidas oferecem a possibilidade da melhoria significativa no desempenho econômico nos próximos anos", escreve Summers. Ele também sugere que a economia se beneficiaria de um gasto extra de US$ 100 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos anos, recomendando auxílio adicional a estados e cidades.

De acordo com Summers, o combate à inflação deve ser colocado em segundo plano, atrás do objetivo de estimular a economia. "É cedo demais para mudar a política financeira em direção à prevenção de futuras bolhas e uma possível inflação (…). A tendência da inflação ainda é de baixa, e os problemas de tomada de empréstimos e investimentos insuficientes superam quaisquer problemas de excesso de confiança."

Summers lembra que, dois anos depois das duas grandes recessões após a Segunda Guerra Mundial (1974-75 e 1980-82), a economia americana já crescia à taxa de 6% ou mais. Porém, as "recuperações prosseguiam e às vezes até mesmo se aceleravam até serem assassinadas pelo Federal Reserve (Fed)", que priorizava o controle da inflação.

"Quando o Fed começava a se preocupar com a aceleração da inflação, geralmente tarde demais, ele aumentava as taxas de juros e comprimia o crédito, sufocando o mercado imobiliário residencial, os investimentos das empresas e as compras de bens de consumo duráveis, levando a economia a entrar em recessão."

Da Redação, com informações do Valor Econômico