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Começa na Tunísia julgamento de ex-presidente Ben Ali‎

Em Túnis, na Tunísia, começou nesta segunda-feira (20/06) o julgamento à revelia do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali e da ex-primeira-dama Leila Trabelsi. Nessa primeira etapa, o julgamento envolve apenas parte das 93 acusações, como violação de direitos humanos e corrupção. Ben Ali é defendido pelo advogado libanês Akram Azouri.

Por 23 anos, o ex-presidente comandou o país e deixou o poder em 14 de janeiro, pressionado por manifestações populares e pela comunidade internacional. Desde então, ele e a família se refugiaram na Arábia Saudita. O governo saudita não deu indicações, até o momento, que pretenda entregar Ben Ali e a mulher às autoridades da Tunísia.

Em carta, Ben Ali negou as acusações. O julgamento começou hoje, cercado por momentos de tensão, como a chegada dos magistrados à sala da vara criminal do tribunal, quando um homem aos gritos queixava-se de ter sido proibido de acompanhar o processo.

A imprensa da Tunísia classificou o julgamento de "histórico". Um grupo de pouco mais de 50 pessoas se concentrou em frente ao Palácio da Justiça. Em meio aos manifestantes, havia favoráveis e contrários ao julgamento.

Ben Ali e Leila Trabelsi são acusados, entre outros crimes, de acúmulo suspeito de recursos e jóias – parte desse material foi encontrado em um palácio em Sidi Bu Said, perto de Tunes. O ex-presidente será julgado por terem sido localizadas armas e drogas em Palácio da Presidência, em Cartago. Por esse crime, ele pode pegar de 5 a 20 anos. 

Ao todo,  ex-mandatário e sua esposa respodem a processos que incluem abuso de poder, corrupção e homicídio. A Promotoria Geral imputa a Ben Alí delitos de malversação de fundos públicos, lavagem de dinheiro, ordenar disparar contra manifestantes e outros que estão envolvidos, entre eles familiares e ex-colaboradores seus. O casal também é acusado de contrabando de peças arqueológicas, violação da lei de mercados públicos e narcotráfico.

O advogado Akram Zaoury disse que "as armas (de Ben Alí) eram de caça, e presentes de chefes de Estado. As alegações de posse de droga não são mais que mentiras vergonhosas", disse. Zaoury recusou "todos os cargos que eles estão tratando de pressionar, além de que ele nunca teve as somas de dinheiro que alegam ter encontrado em seu escritório".

Com agências