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Dois dias de greve geral na Grécia contra pacote do FMI e UE

Depois de uma discussão de três dias no Parlamento o governo grego, recauchutado, obteve na 3ª. Feira, 23 de junho, um voto de confiança com os votos dos deputados do Pasok (Partido Socialista). Ou seja, 155 membros de um total de 298 deram um voto de confiança ao governo ao passo que 143 votaram contra.

A aprovação do plano de um novo pacote de arrocho, preparado pelo FMI, Banco Central Europeu e a cúpula da União Europeia (UE), é a condição imposta pelos credores e pela UE para conceder novo empréstimo ao governo grego. A secretária-geral do KKE (Partido Comunista), Aleka Papariga, denunciou o dilema intimidante colocado ao povo trabalhador grego pela UE e pelo governo.

"O ultimato da UE, da Eurozona, não é dirigido ao governo grego, o qual já o aceitou há muito, mas sim ao povo grego. Ela diz: baixem suas cabeça, se não concordarem não obterão a quinta prestação".

Aleka Papariga afirmou: "Nós consideramos que o povo grego deve dar o seu próprio ultimato. Isto é a melhor coisa que pode fazer. Não pode haver qualquer negociação radical na estrutura da UE. Também há partidos da oposição que fazem tais sugestões ao governo. Isto é ou uma chamada solução fácil ou uma posição que ignora o caráter da UE. Eu ao invés direi que isto é uma ignorância deliberada do verdadeiro caráter desta aliança predatória, como nós a chamamos, ainda que isto seja uma frase suave dada a situação atual".

"Assim, o povo grego deve dar o seu próprio ultimato. Podíamos notar que a UE, o governo do ND e do Pasok, a burguesia grega – todos os seus setores, industriais, proprietários de navios, banqueiros, comerciantes, etc – devem ao povo grego", acrescentou.

Da tribuna do parlamento a secretária-geral do KKE apelou aos trabalhadores para ignorarem a intimidação e tomarem parte ativa na luta: "agora que o povo abre os seus olhos e temem o despertar da consciência – porque também há o medo da demissão – o KKE promove mais intensamente a posição de que o povo deve tomar nas suas próprias mãos a propriedade dos meios de produção bem como os recursos naturais”.

As forças com orientação de classe congregadas no Pame apelam a uma greve de 48 horas logo que o governo traga ao Parlamento o novo pacote de medidas antipopulares.

Fonte: Resistir.info