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Christine Lagarde é escolhida para a direção do FMI

A francesa, que assumirá o posto no próximo dia 5 de julho, disse pouco depois da escolha que se sente "honrada" e "feliz". Após ser escolhida como nova diretora-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), a atual ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, disse que pretende conversar com seu antecessor e compatriota Dominique Strauss-Kahn.

Christine e o diretor do Banco Central do México, Agustín Carstens, eram os dois candidatos que pleiteavam a direção do órgão.

Questionada pela rede francesa TF1 sobre o assunto, Lagarde respondeu: "Quero ter uma longa conversa com ele, porque um sucessor deve conversar com seu antecessor".

"Farei o possível de acordo com o direito americano. Não quero atrapalhar sua defesa ou tomar qualquer posição relativa aos fatos pelos quais é acusado", acrescentou.

Segundo Christine, a prisão de Strauss-Kahn "foi um golpe muito brutal para a instituição" que constitui o FMI. "Todos certamente viveram isso com dor", porque Dominique Strauss-Kahn era um "diretor geral admirado, que fez um bom trabalho".

A ministra era considerada há semanas como ampla favorita ao cargo, que é tradicionalmente ocupado por um europeu e que ficou, na maior parte da história do Fundo, na mão de um francês.

A escolha foi anunciada em um comunicado do FMI, após reunião do Conselho da Administração, principal órgão do Fundo e formado por 24 membros.

O sistema de votação proporcional do FMI é determinado pelo número de cotas que cada país tem, o que, por sua vez, leva em conta principalmente o volume de recursos que o país coloca no Fundo.

Os Estados Unidos têm cerca de 17% dos votos. Os países europeus, incluindo os nórdicos, têm cerca de 40% a 47% do voto. Já países como Egito, Coreia do Sul, Rússia e nações africanas têm pouca representatividade.

A francesa apenas não teve o apoio de países como Canadá, Austrália e México que apoiaram Carstens. De acordo com o comunicado do Fundo Monetário Internacional, Christine deve permanecer no cargo pelos próximos cinco anos, a partir de 5 de julho de 2011.

Brasil defende reformas cruciais

No mesmo comunicado em que manifestou seu apoio à Christine, o Ministério da Fazenda detalhou as reformas que o Brasil defende na estrutura do órgão financeiro mundial.

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o compromisso de Lagarde em continuar o processo de modernização do Fundo foi decisivo para que o país a apoiasse.

Veja quais são as principais reformas defendidas pelo Brasil:

  • Compromisso de que o próximo diretor-gerente do FMI não seja necessariamente um cidadão europeu;
  • Os países pequenos devem ter voz adequada. Desde a crise global, os países menores têm enfrentado desafios específicos que demandam maior atenção do FMI;
  • Maior diversidade na equipe do FMI em termos de nacionalidade, gênero e formação acadêmica e profissional;
  • Aprimoramento da supervisão das economias avançadas sistemicamente importantes;
  • Aprofundamento do conhecimento com as experiências nacionais de administração de fluxos de capitais, sem adotar abordagem prescritiva;
  • Modernização das linhas de pensamento, adequando-se à realidade das economias mundial e domésticas e superando a prevalência do ideário imposto pelas economias avançadas.

Com agências