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Mercadante: Brasil irá rever acordo com Ucrânia sobre Alcântara

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, anunciou que o Governo brasileiro irá propor a revisão do acordo feito com a Ucrânia para a construção do veículo lançador de satélites na Base de Alcântara, no Maranhão, destinada a realizar missões de lançamentos de satélites e que sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS).

A declaração foi dada, nesta terça-feira (28), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde debateu o tema "Economia e Competitividade: A Importância da Inovação".

Segundo ele, é necessário equilibrar o aporte de recursos entre os dois parceiros.

"Nós estamos buscando equilíbrio com a Ucrânia para que a gente aporte recursos do mesmo volume. O Brasil não pode sustentar esse projeto porque a nossa responsabilidade é a Base de Alcântara. O foguete é responsabilidade da Ucrânia. E nós queremos isonomia no aporte. Estamos buscando concluir essa negociação porque é um projeto importante e termos um veículo comercial capaz de lançar os nossos satélites e queremos consolidar o VLM e o VLS", enfatizou.

"O Brasil colocou duas vezes mais recursos que a Ucrânia nessa empresa binacional", acrescentou. Mercadante informou que o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, irá negociar a revisão dos termos do acordo com o governo ucraniano.

Investimento em P&D

Aloizio Mercadante ainda cobrou da iniciativa privada mais investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento. Segundo ele, na comparação com as quatro maiores economias do mundo, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com dados dos anos de 2007 e 2008, o Brasil ocupa posição bastante inferior.

O Japão, que ocupa o primeiro lugar na lista, investiu US$ 148,7 bilhões (3,44% do PIB); em segundo lugar, a Alemanha, com US$ 84 bilhões (2,82% do PIB), seguida pelos EUA, com US$ 398,2 bilhões (2,79%) e China, com US$ 120,6 bilhões (1,54%).

No Brasil, o investimento bruto foi de US$ 24,2 bilhões, com 1,19%, percentual que cai para %, quando são subtraídos os investimentos realizados pela Petrobras. (Veja as lâminas 12 e 13 da apresentação do ministro Mercadante.)

"Então, somos a sétima economia do mundo e podemos caminhar para sermos a quinta. Quando a gente olha para frente, é aqui que vamos competir. Nós temos que aumentar o percentual do PIB em ciência e tecnologia, aumentar o percentual do PIB em P&D, para que a gente possa ter um valor que seja capaz de criar condições de competitividade com esses países que têm um PIB muito maior e que tem um percentual do PIB ainda maior que o Brasil", ressaltou.

Essa expressiva participação da principal estatal da União é outra marca dos investimentos nacionais: Enquanto nos países líderes em investimento, a participação dos investimentos do setor público é duas, três vezes maior do que os do estado, no Brasil, eles são quase iguais, com investimentos de US$ 0,57 bilhão das empresas e US$ 0,54 bilhão dos cofres públicos.

Para Aloizio Mecadante, o setor privado não investe em inovação porque nos 20 últimos o País enfrentou cenário econômico adverso e negativo a qualquer investimento de longo prazo na área de pesquisa. O ministro enfatizou que é preciso desenvolver uma cultura de investimentos em inovação, pois "a tecnologia é a indústria portadora do futuro".

"Foram 20 anos de crise, e você criou uma aversão ao risco. Segundo, porque o país não crescia e tem problemas de custos elevados, carga tributária, juros, infraestrutura, câmbio apreciado, tudo isso dificulta investimento em inovação. Mas também por uma cultura passiva diante da inovação".

"O Brasil não pode mais ter uma atitude passiva. Tem que criar um movimento empresarial pela inovação, que hoje nós temos", enfatizou ao citar como exemplo a atuação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que tem trabalhado para mobilizar o empresariado pela inovação e criar uma cultura da inovação e uma parceira entre Estado e setor privado nessa direção.

O ministro defendeu a criação de uma empresa similar à Embrapa para estimular o desenvolvimento de pesquisa, ciência e tecnologia voltadas para as indústrias.

Veja a apresentação feita pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para debater o tema "Economia e Competitividade: A Importância da Inovação".

Fonte: Liderança do PT no Senado