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Renato Rabelo elogia iniciativa de integração da América do Sul

Na audiência pública que discutiu a integração entre o desenvolvimento no Mercosul e direitos humanos, realizada nesta terça-feira (28), pelas comissões de Direitos Humanos e de Legislação Participativa do Senado, foi anunciado o lançamento da Frente Parlamentar pela Integração da América do Sul. O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo elogiou a iniciativa. A frente será coordenada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) no Senado e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) na Câmara.

Renato Rabelo elogia iniciativa de integração da América do Sul - Ag. Senado

Renato Rabelo, que participou do evento, afirmou que criar a frente parlamentar em prol da integração continental é muito importante e uma iniciativa que tem sentido estratégico, explicando que “é difícil imaginar e até incompreensível o desenvolvimento do Brasil sem que os nossos vizinhos também cresçam”.

Ele destacou a Unasul como uma iniciativa muito importante para integrar todos os países da América do Sul e romper com a fase dos ditames de uma grande potência, no caso os Estados Unidos. Segundo o dirigente comunista, “(isso) revela um processo histórico novo, de independência da América Latina”.

E apontou como medida importante para o desenvolvimento a industrialização do continente, com a instalação de uma indústria moderna, com empregos e salários dignos, para não ficarmos apenas como um país agrário, exportar de commodities, “uma grande fazenda e um grande minério. Esse não é o nosso projeto”, destacou.

Ele lembrou que “o PCdoB tem isso como referência, na construção do Projeto Nacional de Desenvolvimento, uma das questões fundamentais é a integração continental, além de, evidentemente, a defesa da soberania, a democratização da sociedade e o avanço social”.

Integração produtiva

Os demais participantes do evento destacaram a necessidade de uma legislação que ofereça parâmetros para os investimentos produtivos na região e estimule as parcerias entre as empresas desses países. Um dos principais defensores da iniciativa é o economista José Carlos de Assis, presidente do Instituto de Estudos Estratégicos para a Integração da América do Sul (Intersul).

Ele defende que o Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco de quatro países, evolua para uma integração produtiva sob a cobertura da União de Nações Sul-Americanas (Unasul ), formada por 12 países. E explica que para que isso ocorra, é preciso definir em lei essas atividades, como é o caso dos investimentos conjuntos feitos por empresas de países diferentes, exemplificou.

Outro que defende essas medidas é o professor Rodrigo Sabbatini, coordenador do curso de economia das Faculdades de Campinas (Facamp). Ele avaliou que as empresas da região "têm grande resistência em se unirem (quando são de países diferentes), porque se veem como rivais, e não como parceiras".

“Com um projeto de lei que garanta benefícios e incentivos para os 'investimentos cruzados', as empresas podem se sentir estimuladas a fazê-los”, afirmou, acrescentando que uma proposta dessa natureza deve incentivar os investimentos que priorizem a contratação de equipamentos, insumos e trabalhadores da própria região, "para que, num efeito multiplicador, esses investimentos gerem novos investimentos nesses mesmos países".

O senador Paulo Paim ressaltou que já foi elaborado um texto com essa proposta e que deverá ser modificado conforme as críticas e sugestões que receber durante sua tramitação. O projeto concede incentivos para empreendimentos que favoreçam a integração econômica de, no mínimo, dois países da América do Sul. Também especifica que os empreendimentos em questão devem ser realizados por meio de sociedade de propósito específico constituída no Brasil. Segundo José Carlos de Assis, os outros países da região podem aprovar leis semelhantes.

De Brasília
Márcia Xavier
Com Agência Senado