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Festival de Cinema Latino homenageia García Marquez

O escritor colombiano Gabriel García Marquez é o homenageado internacional do 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que acontece a partir desta segunda (11) até o dia 17 de julho. Durante o evento, serão exibidas obras roteirizadas pelo vencedor do Nobel de Literatura, além do curta-metragem A lagosta azul (1954), ainda inédito no Brasil, que é dirigido pelo próprio García Marquez.

O curta A lagosta azul narra o trabalho de um investigador que tenta descobrir a origem da radioatividade encontrada em lagostas capturadas em uma vila de pescadores. Ao todo serão sete títulos que prestam uma homenagem ao escritor.

Entre os destaques estão a adaptação do clássico Ninguém Escreve ao Coronel, dirigido pelo renomado Arturo Ripstein e com Salma Hayek e Marisa Paredes no elenco. Outra atração é Erêndira, com direção de Ruy Guerra, que conta a história de uma adolescente, interpretada por Cláudia Ohana, com visões místicas e surreais.

Um Senhor Muito Velho Com Umas Asas Enormes; Cartas do Parque; A Viúva de Montiel; Édipo Prefeito são as outras obras roteirizadas por García Marquez.

Orlando Senna

O cineasta e professor Orlando Senna é o brasileiro homenageado desta edição. Senna, que é reconhecidamente uma das principais referências do cinema latino fará, no dia 16 julho, às 16h, uma aula magna no Memorial da América Latina.

O premiado Iracema, Uma Transa Amazônica, co-dirigido por Jorge Bodanzky, filme que foi proibido pela censura militar porque denunciava o impacto causado pela construção da Transamazônica, é uma das obras selecionados para homenagear o professor.

Brascuba, Diamante Bruto e O Rei da Noite, com roteiro de Senna e direção de Hector Babenco, são outras amostras exibidas que revelam a importância da sua produção.

O festival

Esse Nosso Matulão é o filme selecionado para a abertura oficial do festival. Dirigido por Philippe Barcinski, o filme investiga uma possível definição do povo brasileiro a partir de seu gestual, do uso do corpo. Diversas manifestações da cultura popular brasileira, como o frevo, o samba e o maracatu dão o tom da narrativa.

A sessão Contemporâneos exibe filmes recentes e apresenta produções originárias de 13 países. As obras desta categoria irão concorrer aos prêmios do público e da crítica do festival. Todas as sessões do Festival contam com entrada gratuita e serão exibidos mais de cem filmes durante os sete dias exibições.

Neste ano, estreia a sessão Soy Loco por ti América, que, com a curadoria de Suzy Capó, tem como tema a diversidade sexual. Entre os filmes exibidos neste espaço estão Morango e Chocolate, de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío , sucesso cubano; e o vencedor do prêmio Teddy do Festival de Berlim 2011, Ausente, de Marcos Berger, Argentina.

Suzy explica o espaço apresenta a singularidade da produção latina. “ [Soy Loco] evoca a veia política, a irreverência, o deboche e o romantismo que caracterizam a experiência querer na América Latina”, define a curadora em material de divulgação.

O Novo Cinema Argentino, atualmente referência internacional, é contemplado no festival com diversas exibições. Os dois principais destaques são Histórias Breves, que é composto por fragmentos dirigidos pelos principais cineastas do movimento, e a A Mulher Sem Cabeça, de Lucrecia Martel, ainda não lançado no Brasil.

Fonte: Opera Mundi