Sem categoria

Avós de Praça de Maio aguardam DNA de herdeiros do Clarín

As Avós de Praça de Maio disseram nesta quarta-feira (13) que mantêm expectativas positivas a respeito do resultado final do exame das mostras genéticas dos filhos adotivos da diretora de Clarín, o mais poderoso grupo multimídia da Argentina, com as de todos os parentes de desaparecidos durante o regime militar (1976-1983).

A organização humanitária destacou em comunicado que a coleta de DNA dos herdeiros de Ernestina Herrera de Noble no Banco Nacional de Dados Genéticos está "sendo processada com normalidade".

As mostras de Marcela e Felipe Herrera de Noble foram contrastadas nesta segunda-feira com os perfis genéticos das famílias Lanoscou-Miranda e Gualdero-García, sem resultados positivos.

"Além dos resultados parciais, que são de conhecimento público, mantemos nossas esperanças de que o exame finalmente nos dê notícias positivas, e com isso, possamos nos aproximar da verdade", disseram nesta quarta-feira as Avós de Praça de Maio.

Os irmãos Herrera de Noble, que afirmam que sua adoção ocorreu por caminhos legais, declararam se sentir vítimas de uma "perseguição" e de "ataques" do governo de Cristina Kirchner.

Marcela e Felipe se apresentaram voluntariamente em 24 de junho no hospital Durand de Buenos Aires, para fazer exame de sangue, depois de terem se negado há anos. Em 2010, a juíza do caso, Sandra Arroyo Salgado, ordenou a coleta de mostras genéticas.

As Avós da Praça de Maio afirmam que há suspeitas de que ambos os jovens, que não têm laços de sangue entre si, podem ser filhos de desaparecidos cujos perfis genéticos foram apresentados por familiares que procuram por crianças apropriadas ilegalmente durante a ditadura (1976-1983).

Calcula-se que cerca de 500 bebês foram roubados de seus pais no último regime militar na Argentina, que causou o desaparecimento de 30 mil pessoas, embora mais de 100 menores já tenham conseguido recuperar sua identidade graças às Avós da Praça de Maio.

Fonte: EFE