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Organizadores da "Bem-vindos à Palestina" destacam a missão

Os organizadores da chegada em massa de ativistas ao aeroporto Ben Gurion de Telavive, em 8 de julho, qualificaram nesta segunda-feira (18) em Jerusalém a iniciativa como um sucesso e anunciaram uma ação similar e maior para o próximo ano.

"Esta experiência mobilizou mais pessoas e grupos que querem participar da próxima", disse a palestina Lubna Masarwa, uma de suas principais organizadoras em entrevista coletiva no Centro de Informação Alternativa.

Já se está movimentando uma nova campanha "Bem-vindos à Palestina" para 2012, possivelmente para o dia 15 de maio, por ocasião do Dia da Nakba (o dia da tragédia, quando os palestinos foram expulsos de suas terras em 1948).

Outra data que os organizadores estudam utilizar é o dia 9 de julho, dia em que a Corte Internacional de Justiça de Haia declarou ilegal e ordenou a destruição do Muro da Vergonha, que rouba territórios palestinos e separa judeus de árabes na Cisjordânia.

"A questão não é se entraremos ou não, pois há uma necessidade de desafiar as políticas israelenses", acrescentou.

"Bem-vindos à Palestina" era uma campanha de cerca de 40 organizações civis internacionais e palestinas para que cerca de 600 ativistas declarassem no aeroporto dos ocupantes, às autoridades da alfândega, sua intenção de visitar a Palestina.

Apenas cerca de 30 ativistas conseguiram passar porque disseram que visitariam Israel, revelou Shirin Al Aray, ativista que os acompanhou durante a viagem.

Apesar de apenas algumas pessoas terem chegado ao território palestino, organizadores e participantes destacaram o sucesso da missão, ao considerarem que evidenciou a resposta agressiva de Israel perante uma iniciativa pacífica e a conivência da comunidade internacional.

"Desafiamos as políticas de Israel e da comunidade internacional perante seus cidadãos. Não queríamos vulnerar lei alguma, só dizer aos funcionários israelenses que vínhamos visitar a Palestina. Agora, sabemos que Israel impõe à comunidade internacional barreiras ao movimento dos cidadãos sem que exista reação", ressaltou Aray.

Vivianne Porzsolt, australiana de 69 anos que fez parte da campanha e atua na organização "Judeus contra a ocupação", acredita que as "reações exageradas" mostraram "às pessoas que o Estado de Israel tem medo das que dizem que vão visitar a Palestina".

Porzsolt e Sylvia Hale, uma ex-deputada australiana, foram detidas no aeroporto, mas conseguiram se livrar da prisão.

"Israel tem medo de duas mulheres de 69 anos porque não querem que a gente chegue, veja, volte a nosso país e conte o que acontece aqui", destacou.

Com agências