Rússia condena apoio ocidental a amotinados líbios
O chanceler russo, Serguei Lavrov, criticou nesta segunda-feira (18) a postura dos Estados Unidos e de outros países de Ocidente em relação ao reconhecimento, por eles, do Conselho Nacional de Transição (CNT) como entidade "legítima" dos amotinados e dos rebeldes líbios.
Publicado 18/07/2011 17:27
"A Rússia reconhece o conselho como interlocutor nas negociações, mas não como único representante legítimo do povo líbio", esclareceu Lavrov durante uma roda de imprensa.
O chefe da diplomacia russa pronunciou-se em seguida à recente reunião do grupo de contato internacional sobre Líbia, no que a União Europeia e Estados Unidos expressaram "apoio tácito" aos líderes rebeldes.
"Trata-se de reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio, não compartilhamos essa postura", destacou o chanceler de forma enfática.
Lavrov considerou que com tais posições estão isolando uma força implicada importante, que é o governo de Muamar Kadafi.
Na opinião do diplomata, a solução do conflito passa por um debate multilateral, do qual possa se chegar a um novo governo baseado na atual relação de poderes na Líbia, ao invés de seguir os objetivos de potências estrangeiras, afirmou o diplomata.
Lavrov sugeriu nesse sentido conceder à União Africana a liderança na mediação, para a configuração de um executivo de transição.
Pediu por outro lado a ambas partes que mostrem uma atitude construtiva e responsável em relação ao destino do povo líbio e que dialoguem as propostas da União Africana e da ONU.
Moscou, cujo governo se absteve na votação da resolução do Conselho de Segurança que deu luz verde à agressão em 19 de março passado, tem criticado a missão militar da Otan contra a Líbia, apoiada pela ONU, pelo grupo de mediadores internacionais a mais de 40 países.
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, ratificou o reconhecimento dos Estados Unidos ao conselho rebelde, depois de assistir na sexta-feira (15) a reunião em Istambul, na Turquia, celebrada sem a presença da China e Rússia.
Com informações da Prensa Latina