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FAO pede US$ 120 milhões para ajudar nordeste da África

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) pediu nesta quarta-feira (20) US$ 120 milhões para ajudar a população no nordeste da África, região prejudicada pela seca, alertando que todos os dias centenas de pessoas morrem.

Em nota, a FAO advertiu que a fome causou a morte de milhares de pessoas na Somália "e a situação pode piorar se não forem adotadas medidas urgentes".

"Centenas de pessoas morrem por dia. Se não atuarmos agora, morrerão muitas mais. Trata-se de uma tragédia humana de dimensões gigantescas. Temos de aumentar os investimentos e intervenções para ajudar os agricultores e suas famílias a proteger as plantações e continuarem produzindo alimentos", explicou o diretor da FAO, Jacques Diouf.

Para abordar a crise na região, a FAO pediu US$ 70 milhões para Somália e U$ 50 milhões para Etiópia, Quênia, Djibuti e Uganda, e acrescentou que não se pode esquecer a crise humana no Sudão e na República do Sudão do Sul, para as quais solicitou US$ 37 milhões.

Os US$ 70 milhões na Somália servirão para financiar programas de dinheiro por trabalho, abastecimento de insumos agrícolas e serviços veterinários de emergência para o gado.

Pelos dados da FAO, o número de somalis que precisam de ajuda aumentou de 2,4 milhões para 3,7 milhões nos últimos seis meses. Ao todo, 12 milhões de pessoas no Chifre da África precisam de ajuda urgente.

O organismo das Nações Unidas lembrou que para enfrentar a emergência está prevista uma reunião internacional em Roma no dia 25 de julho e acrescentou que antes disso Diouf vai viajar a Nairóbi com o ministro de Agricultura francês, Bruno Le Maire, e a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM), Josette Sheeran.

A FAO explicou que ajudou os camponeses e criadores de gado somalis com insumos agrícolas e serviços veterinários, mas a seca originada por diversas temporadas sucessivas com poucas chuvas reduziu a produção agrícola e aniquilou o plantel dos criadores de gado.

A atual crise afeta toda região do Chifre da África, incluída a área setentrional do Quênia e partes do sul da Etiópia, Djibuti e a região de Karamoja em Uganda, onde amplas regiões estão classificadas em estado de emergência humanitária.

Nível elevado de ação

Em outro comunicado, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU eleva à categoria de "nível mais elevado de ação" a emergência humanitária que causou a seca no Chifre da África e expressa sua "preocupação diante da possibilidade que se estendam as perdas de vidas".

Entre as opções do PMA para assistir à população afetada na região está prevista a distribuição de avião em pontos estratégicos do sul da Somália de biscoitos energéticos e suplementos alimentares altamente nutritivos, principalmente para as crianças e as mulheres grávidas ou em período de lactação.

Com informações da Agência Estado, Efe e do G1