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Isolado no PT, Suplicy é convidado a se filiar ao PSOL

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) voltou a irritar a cúpula petista no estado ao defender a realização de prévias para a escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Por outro lado, ele atraiu a atenção do PSOL.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) convidou-o a se filiar ao partido. Argumentou que seria melhor acolhido entre os socialistas do que entre petistas. “Ele me disse que o PSOL tem muita afinidade com minhas posições éticas”, afirmou o senador.

O deputado confirmou: “O Suplicy tem sido sistematicamente rejeitado no PT, mas seria bem vindo ao PSOL. Ele sempre foi muito solidário conosco no debate político nacional.” O senador não pensa em se desligar do PT, partido que ajudou a fundar e ao qual está filiado há 31 anos.

Mesmo assim, antes de encerrar a conversa com Ivan Valente, Suplicy não deixou de perguntar ao deputado se o PSOL apoiaria sua aspiração política atual, que é a candidatura à sucessão do prefeito Gilberto Kassab. A resposta foi rápida: o senador teria de se submeter às previas do partido, mesmo estilo que defende para o PT.

Para irritação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pedido de prévias feito por Suplicy foi levado ao presidente do PT municipal, vereador Antonio Donato, na noite de segunda-feira (18). Na conversa, Suplicy também afirmou sua intenção de colocar seu nome na disputa interna como pré-candidato. "Queria trocar ideias sobre a importância de realizar prévias", afirmou o senador. "E acho que é legítimo que eu também possa ser considerado como candidato."

O tema das prévias é desconfortável no PT desde que o próprio Suplicy insistiu em uma eleição interna para a escolha do candidato a presidente em 2002. Na ocasião, enfrentou Lula e perdeu por 84,4% a 15,6%. Muitos petistas acreditavam, como creem agora, que o candidato deveria ser escolhido por consenso — a defesa nas prévias desgastou o senador dentro da sigla.

Mais de um ano antes da eleição, as correntes petistas trabalham por um acordo que evite a eleição interna. Apesar disso, aliados da senadora Marta Suplicy indicaram que, se o ministro da Educação, Fernando Haddad, entrasse na disputa, ela pediria prévias. Na semana passada, o ministro disse que seu nome está na disputa.

Marta e Haddad são os dois nomes fortes que anunciaram a disposição de concorrer. O ministro tem Lula como cabo eleitoral. Já os aliados de Marta usam as prévias como forma de mostrar que a militância prefere a senadora a Haddad.

Além deles, os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini já anunciar a disposição de concorrer. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é outro que pode entrar na disputa.

Da Redação, com informações do Radar Político