Centrais se mobilizam pela Agenda dos Trabalhadores 

Cerca de mil pessoas participaram da caminhada das centrais sindicais em Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (28) na programação do "Dia de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores" realizado pela CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, junto com a CGTB, Força Sindical, NCST e UGT. Os trabalhadores entregaram documento contendo pauta de reivindicações nacionais e regionais ao governador Tarso Genro.

CTB-Rs - Clomar Porto

Mesmo debaixo de chuva intensa os trabalhadores não esmoreceram. Após uma plenária de abertura realizada no auditório da FETAG RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS), as 10h30  a caminhada partiu pelas ruas do centro da capital gaúcha até a praça da Matriz, onde fica o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Segundo o presidente estadual da CTB, Guiomar Vidor, além da redução da jornada de 44h para 40h sem redução de salários, a agenda inclui a regulamentação da terceirização, o fim do fator previdenciário, a atualização dos índices de produtividade do campo, a reforma agrária e ratificação de convenções da OIT e o fim das práticas anti-sindicais. Outro tema que ganha relevância nesse momento, segundo o dirigente, é a crítica a alta da taxa básica de juros no país. "Também exigimos a garantia de reajustes reais para os salários e condenamos veementemente essa política de juros altos. Não aceitamos o argumento de que salário gera inflação", afirmou o presidente da CTB.

Tarso: compromisso com o Piso Regional

Uma representação das centrais foi recebida pelo governador Tarso Genro e lhe entregou documento solicitando apoio em relação às questões nacionais e apontando reivindicações de caráter estadual. Tarso se mostrou aberto ao diálogo e disse estar comprometido com questões contidas no documento, como a luta dos trabalhadores por uma política permanente de valorização do piso regional. Também declarou que haverá ampliação dos investimentos na área da saúde e que pretende chegar ao patamar de 12% do orçamento destinados à área até o final do seu governo. Os trabalhadores também solicitaram ao governo gaúcho empenho pela recuperação da UERGS e mais investimentos em educação com a implantação das escolas de turno integral.

Guiomar Vidor avaliou o ato como uma importante demonstração de unidade das centrais sindicais. “A nossa pauta tem reivindicações que afetam diretamente a vida de todos os trabalhadores, desde os jovens até os aposentados. E este é o Brasil que queremos, com a participação dos trabalhadores e com a unidade das centrais e dos sindicatos na defesa de reformas que mudem para melhor a vida da população”, disse.

A atividade foi comemorada pelas lideranças das centrais sindicais pois, mesmo enfrentando o mau tempo do inverno gaúcho, atingiu seus objetivos. O vice-presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres, participou da passeata de Porto Alegre. "Estamos hoje na capital dos gaúchos na terceira manifestação da preparação do grande evento de lutas da classe trabalhadora este ano. Já estivemos dia 14 na região Norte, foi muito bom. Dia 21 na região Nordeste e hoje dia 28 na região Sul. Especificamente em Porto Alegre e Florianópolis. Com certeza foi um grande ato que nos fortaleceu nessa luta que vamos travar a partir de agosto dentro do Congresso Nacional. E vamos avançar com a luta dos trabalhadores. A contribuição do Rio Grande do Sul é muito importante para a agenda trabalhista ser aprovada", disse. 

"São manifestações por mais avanços no Brasil visando, acima de tudo, o desenvolvimento com valorização do trabalho, combater a miséria e a pobreza extrema, lutar pela distribuição de renda digna, melhoria nos sistemas de educação, transporte, saúde e moradia, além de buscar o cumprimento e ampliação dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras", acrescentou Giomar Vidor.

No dia 3 de agosto a centrais preparam um grande ato em São Paulo, onde pretendem reunir 80 mil pessoas.

De Porto Alegre,
Clomar Porto