Sem categoria

Referendo na Letônia dissolve parlamento e provoca novas eleições

O povo letão votou no último sábado (23) a favor da dissolução do Parlamento, através de um referendo nacional, impondo assim a realização de eleições antecipadas em setembro.

Os resultados provisórios indicavam que uma esmagadora maioria de 94,8 por cento dos eleitores disseram "sim" à dissolução do parlamento (Seima). Num país com 2,2 milhões de habitantes, 600 mil votaram pela antecipação de eleições contra cerca de 30 mil que optaram pelo "não".

Embora significativa, a taxa de participação não foi além dos 45 por cento, circunstância que não invalida o resultado, uma vez que a Constituição não requer nenhum tipo de quórum.

A crise política foi aberta em 28 de Maio, quando o então presidente Valdis Zatlers considerou que era tempo de pôr fim ao poder dos "oligarcas" e de restabelecer a confiança no parlamento, decidindo convocar um referendo popular sobre a dissolução do hemiciclo.

A decisão do chefe do Estado foi tomada depois de a maioria parlamentar ter recusado o pedido de levantamento da imunidade ao magnata e também deputado Ainars Slesers, acusado de corrupção.

No entanto, a ousadia custou-lhe o lugar, já que a Seima recusou renovar-lhe o mandato de quatro anos, preferindo eleger, em 2 de junho, o antigo banqueiro multimilionário Andris Berzins.

Apesar disso, Zatlers não se mostra arrependido, tendo considerado a jornada do referendo como "um dia histórico. Isto acontece pela primeira vez", disse à France Presse, alguns instantes antes de votar em Riga. "Abri as portas à mudança, agora cabe aos cidadãos atravessá-la e sentirem que podem assumir o controlo do seu próprio destino", acrescentou.

Fonte: Avante!