Sem categoria

Censura: cartões postais denunciam perseguição a jornalistas

A Rede Internacional de Jornalistas com Visão de Gênero (RIPVG) está utilizando “cartões postais” como forma de denunciar os números de assassinatos de profissionais da imprensa, principalmente as mulheres. Os cartões postais são enviados à presidência da República do México.

Essa censura e perseguição atinge 35 países em todo mundo. Só no México, em 2009, foram registradas 144 agressões contra a liberdade de expressão; em 27 casos se encontraram envolvidas 20 repórteres, um operador de vídeo, uma fotógrafa, três radialistas, um profissional de rádio comunitária e um assessor de imprensa, segundo o Centro de Jornalismo e Ética Púbica (Cepet).

A iniciativa original dos “cartões postais” partiu da Organização Comunicação e Informação da Mulher A.C (Cimac), e foi abraçada pela Rede Internacional no intuito de dar visibilidade aos casos de violência que atinge as jornalistas do México. A iniciativa recebe apoio da Relatora Especial pela Liberdade de Expressão e da Comissão Interamericana de Diretos Humanos.

A RIPVG entregará à Comissão Interamericana de Diretos Humanos um documento onde expressa a “preocupação pela situação das mulheres jornalistas, que trabalham sem garantias por parte das empresas que as contratam e sem respaldo do Estado mexicano que garanta seguridade ao exercício jornalístico”, condição que as colocam “em uma situação de dupla e tripla vulnerabilidade; por ser mulher, jornalista, e algumas vezes defensoras de direitos humanos”.

Segundo o documento, quando a situação se trata especificamente de profissionais da imprensa, a situação se agrava por conta da maternidade. “As gestantes são afastadas das salas de redação e chamadas nos gabinetes de investigação, dificultando seu acesso aos postos de decisão das empresas de jornalismo”. Além disso, “em muitos casos são vítimas de perseguição e abuso sexual e trabalhista por parte dos homens”, denuncia.
Os números da violência
O Centro Nacional de Comunicação Social (CENCOS) registrou que em 2009 ocorreram 142 agressões, 11 assassinatos e 2 desaparecimentos.
A organização Comunicação e Informação da Mulher A.C (CIMAC) tem documentado que de 2005 a junho de 2010 foram 23 casos de atentados a liberdade de expressão a mulheres jornalistas, dos quais 3 são assassinatos.
Em ambos os casos não existiu nenhum tipo de detenção ou investigação por parte das autoridades para elucidar o caso e responsabilizar os culpados.