Descartada greve no transporte público de Fortaleza

Um acordo entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores impediu o início da greve.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado (Sintro) levou na tarde desta terça-feira (02/08), para aprovação em assembleia da categoria, a proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), de 8% de reajuste salarial. A categoria aprovou, com maioria de votos, o novo percentual de reajuste, assim como encerraram-se as possibilidades de greve na Capital.

A proposta apresentada a categoria veio de uma reunião entre os dois sindicatos: aumento de 8% dos salários; vale-refeição passou de R$ 6,50 para R$ 7,00 e o vale-alimentação, de R$ 55 para R$ 60.

A negociação aconteceu na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Ceará (SRTE), no Centro, no dia em que a greve estava decretada para acontecer a partir das primeiras horas de terça. Para evitar os prejuízos que seriam causados a partir da paralisação, os diretores do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) convocaram uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro), com mediação do SRTE.

O resultado das negociações agradou as duas partes. O salário-base dos motoristas de ônibus, segundo o Sindiônibus, passa de R$ 1.133 para R$ 1.223. Os cobradores ganhavam R$ 689, e agora vão receber R$ 744. Já os fiscais, que trabalham na roleta dos terminais, recebem R$ 780 e agora passam a ganhar R$ 842,40.

Para o presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, a reunião foi um sucesso. “O valor acordado agrada aos trabalhadores e as empresas podem pagar”. O presidente do Sintro, Domingo Gomes Neto, afirmou que foi feito o que foi possível para evitar que a greve atrapalhasse o cotidiano dos moradores de Fortaleza. “Para nós, foi uma vitória. Eles ofereciam apenas a inflação (6,3%). Não teríamos ganho real. E terem aumentado o percentual mostra a força do movimento sindical”, pontua Neto.

Outras conquistas dos trabalhadores foram o auxílio creche e a aprovação do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 25%. O PLR é uma ferramenta de gestão que permite uma maior participação e empenho dos empregados na produtividade da empresa.

Apesar das conquistas, duas cláusulas ainda não tiveram acordo: o acesso a plano de saúde e a redução da carga de trabalho, hoje de 44 horas semanais. Os pontos serão retomados na campanha do próximo ano.

Outra assembleia deve ser realizada na manhã desta quarta-feira (03/08) para comunicar a decisão ao restante da categoria. De acordo com o assessor político do Sintro, Valdir Pereira, as negociações deste ano foram consideradas vitoriosas, tendo em vista que não foi preciso entrar em greve.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações dos jornais locais)