Comunistas chilenos repudiam violência policial
O deputado Guillermo Teillier, presidente do Partido Comunista do Chile, assegurou que estão tentando instalar no país um clima de violência refletido na repressão policial descarregada contra estudantes e professores.
Publicado 08/08/2011 15:06
Segundo ele, esta tentativa parte do próprio governo, em particular do ministro de Interior, que autorizou a polícia a dissolver à força as marchas estudantis da quinta-feira (04). As informações foram divulgadas nesta segunda (08) pelo site do partido político.
Teillier afirmou ainda que seu partido não permitirá que o Chile volte aos tempos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), quando eram habituais essas práticas.
Nesse sentido, o comunista convocou o povo chileno a uma greve nacional de todos os setores sociais nos dias 24 e 25 deste mês "não só pelos temas de educação, mas também por tudo aquilo que o governo não dá resposta".
Por outro lado, o dirigente assegurou que oferecerão proteção ao movimento pela educação, à presidenta da Federação de Estudantes do Chile, Camila Vallejo, e ao presidente do Colégio de Professores, Jaime Gajardo, que têm recebido intimidações.
Nesta segunda-feira, a família de Camila Vallejo, ante as constantes ameaças à dirigente estudantil através de redes sociais como Twitter, interporá um recurso de proteção ante a justiça.
A proposta de greve geral também tem sido trabalhada por professores e estudantes, que marcaram para esta terça-feira (9) uma greve nacional da rede de educação para mostrar a rejeição às propostas apresentadas pelo presidente Sebastián Piñera na tentativa de dar fim aos massivos protestos, que já duram quase três meses.
O Ministério da Educação apresentou na última semana uma série de medidas que basicamente aumentam os subsídios ao sistema educacional, mas não mexem na questão central das reivindicações dos manifestantes, que é a criação de uma rede de ensino pública, gratuita e de qualidade.
Os comandantes das marchas, as maiores desde a redemocratização do país, há duas décadas, lamentam que Piñera não esteja disposto a dar fim ao lucro das escolas e a encerrar o modelo de financiamento que endivida jovens.
Com agências