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Após distúrbios, Cameron convoca reunião ministerial em Londres

A onda de violência e de roubos espalhou-se nesta segunda-feira (8) para algumas das áreas mais pobres de Londres, no terceiro dia consecutivo de distúrbios na capital britânica. Enquanto o governo anunciava uma investigação para apontar os responsáveis pela violência, confrontos também foram registrados em Liverpool, Birmingham, Manchester e Bristol. No total, 226 pessoas foram presas – incluindo um menino de 11 anos – e 35 policiais ficaram feridos.

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A raiz da violência está na morte de Mark Duggan, jovem negro de 19 anos, em Tottenham, zona norte da capital. A polícia diz que matou Duggan durante um tiroteio e afirma que ele era um traficante. A família nega e garante que o jovem foi executado após uma blitz na região. A Scotland Yard não deu detalhes sobre a morte e disse apenas que o caso seria investigado.

No sábado, após diversas declarações de autoridades britânicas retratando Duggan como um criminoso, muitos moradores de Tottenham, bairro onde vivem muitos negros e imigrantes, reuniram-se para exigir respostas da polícia e reivindicar a punição dos responsáveis.

Por volta das 20 horas de sábado (16 horas em Brasília) começou o tumulto. Alguns manifestantes jogaram bombas caseiras contra a polícia e prédios. Um ônibus de dois andares, um supermercado, uma loja de carpetes e outros prédios foram incendiados. Em seguida, os protestos se espalharam para outras áreas.

No domingo, as manifestações já haviam chegado a Walthamstow, Islington, Enfield e Wood Green (norte), Brixton (sul), Peckham e Lewisham (sudeste), e até Oxford Circus, no coração de Londres.

Reunião extraordinária

Ontem, as manifestações ocorreram no bairro de Hackney, que fica ao lado do futuro Parque Olímpico, e chegou a Birmingham, a segunda cidade mais populosa do país. Pela primeira vez, os distúrbios ocorreram de dia. A gravidade da situação fez a ministra do Interior, Theresa May, interromper suas férias e voltar a Londres. Depois de muitas críticas, o primeiro-ministro David Cameron e o prefeito de Londres, Boris Johnson, fizeram o mesmo.

Cameron, convocou para quinta-feira (11) uma reunião extraordinária do Parlamento para debater a série de protestos em vários bairros de Londres e que se alastraram para várias cidades britânicas. Para a reunião, o Parlamento interromperá as férias.

Para Cameron, é necessário reforçar o policiamento nas ruas. Segundo as autoridades, apenas em Londres nas últimas três noites havia 16 mil homens espalhados por toda a cidade. De acordo com o primeiro-ministro, folgas e férias dos policiais serão suspensas.

A polícia de Londres descreveu a violência registrada durante a noite de ontem (8) e a madrugada de hoje (9) como a pior na capital britânica. Foram presas 200 pessoas.

“As pessoas não devem duvidar de que faremos tudo para repor a ordem nas ruas”, disse Cameron, que classificou os manifestantes de “doentes”. Houve registros de roubos, embates entre manifestantes e policiais, e de objetos públicos, como lixeiras, incendiadas. o governante não dirá, mas doente mesmo está o sistema político e econômico opressor, que gera a violência policial e faz alastrar a onda de descontentamento, distúrbios e conflitos.

A decisão foi tomada após uma reunião de emergência, responsável por situações de crise civil na Grã-Bretanha, comandada por Cameron.

Com informações de agências