Sem categoria

Londres: primeira morte em distúrbios triplica força policial

Após viver mais uma madrugada de violência — com a morte de uma pessoa, centenas de prisões, 44 policiais feridos e incêndios –, Londres se prepara para a quarta noite de distúrbios. O primeiro-ministro David Cameron prometeu nesta terça-feira (09) triplicar para cerca de 16 mil o número de policiais nas ruas.

As cenas de destruição pelas ruas de Croydon, em Londres, após a madrugada violenta. Protestos e saques se ampliam e atingem Londres e outras cidades da Inglaterra

A Scotland Yard, a polícia britânica, anunciou que mais de 650 pessoas foram detidas em Londres e Birmingham, no centro da Inglaterra. As prisões foram feitas ao longo dos três dias de protestos violentos que tomaram conta da capital britânica e de outras seis cidades inglesas (Liverpool, Manchester, Nottingham, Leeds, Bristol e Birmingham) desde o último sábado (06/08).

De acordo com o último balanço da Scotland Yard citado pela Agência Brasil, 525 pessoas foram detidas apenas em Londres. Em Birmingham, segunda maior cidade do país, houve 138 prisões. Segundo os policiais, a maioria dos presos era jovem. Os policiais relataram que aproximadamente 800 pessoas encapuzadas atacaram o comércio nas ruas e houve saques em pelo menos 30 lojas, no centro de Birmingham. Um posto policial foi incendiado.

Hoje, uma pessoa de 26 anos morreu após levar um tiro. Estima-se que 44 policiais e 14 civis ficaram feridos. Segundo a Scotland Yard, a noite de segunda-feira foi a pior já registrada em relação à extensão e magnitude dos distúrbios, com níveis de violência "inaceitáveis".

Efetivo triplicado

Por ordem do primeiro-ministro, 16 mil policiais ficarão de prontidão nas ruas de Londres, triplicando o efetivo em operação. O governo descarta, até o momento, chamar o Exército para tentar normalizar a situação.

Paralelamente, foram divulgadas, pela polícia de Londres, as primeiras imagens feitas por câmeras de segurança de suspeitos de atos de violência. As imagens foram feitas em locais que sofreram saques, nas regiões de Croydon e Norwood, ambas ao sul de Londres, ontem à noite.

A polícia disse que este é o primeiro lote de muitas imagens que devem ser liberadas aos poucos, assim como as investigações para determinar os culpados. A entidade disse que conta com a ajuda da população para identificar os responsáveis pelos crimes cometidos.

Cameron estava de férias, mas antecipou seu retorno ao governo hoje e se reuniu com seu Gabinete. Ele afirmou que fará "todo o necessário" para restaurar a ordem. Segundo ele, os distúrbios são "delinquência pura e dura", que deve ser "enfrentada e derrotada".

Nos próximos dias a polícia, que lamentou os "níveis alarmantes de violência", planeja investigar todas as provas, inclusive as imagens das câmeras de segurança instaladas nas ruas, para levar à Justiça os responsáveis pelos delitos.

Sem saída

A onda de violência provocou nas últimas 24 horas uma avalanche de ligações para o 999, número do telefone de emergência de Londres, que apenas na noite anterior atendeu quase "400 %" mais de pessoas que o habitual. O Serviço de Bombeiros de Londres também teve a jornada mais intensa de sua história com um volume quinze vezes maior de chamadas, de acordo com a agência de notícias Efe.

O calendário esportivo também foi afetado pela crise, uma vez que, sem garantias de segurança, a federação de futebol inglesa decidiu cancelar o amistoso internacional que a seleção nacional disputaria na quarta-feira contra a Holanda em Wembley, para o qual já haviam sido vendidos 70 mil ingressos.

Fonte: Redação com Operamundi