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Refúgio de haitianos é palco de abuso sexual e vida precária

Milhares de haitianos fogem dos acampamentos nos quais se abrigaram depois de perderem casas no terremoto de janeiro de 2010, denunciou nesta sexta (19) a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Ao menos 400 crianças foram violadas nesses lugares, segundo órgãos de ajuda humanitária.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, a cifra de refugiados pelo terremoto é atualmente de uns 594 mil 800, quase 6 por cento a menos que junho anterior, quando eram quase 630 mil.

De acordo com a OIM, a cifra de refugiados pelo terremoto chega a quase 595 mil, quase 6% a menos que junho anterior, quando eram quase 630 mil.

"Boa parte da evasão da população dos acampamentos pode-se atribuir à deteriorização das condições de vida, à insegurança e aos despejos forçados", assegurou nesta sexta (19) em Genebra a porta-voz da OIM, Jemini Pandya.

A agência de Nações Unidas informou também que se reduziu o número desses campos até 894 (no início eram mais de mil, localizados principalmente no centro e nas redondezas desta capital).

Até março passado, umas 800 mil pessoas viviam nos albergues transitórios, mas em maio quase 200 mil delas fugiram das tendas de lona onde viviam.

Quase 20% das outras 40 mil que abandonaram os acampamentos em junho anterior o fizeram por ordens de despejos ditadas pelas autoridades haitianas, que desejam desmantelar paulatinamente estes campos.

No entanto, não dão opções de realojamento digno a essas pessoas, denunciou a agência internacional.

A ONU revelou também que a situação é mais grave porque muitos dos organismos humanitários se retiraram ou têm reduzido seus serviços no gerenciamento dos acampamentos.

"Cada vez é mais difícil encontrar soluções para estes desabrigados", afirmou Pandya.

Ao menos 400 crianças foram violadas nesses lugares desde o passado ano, segundo organizações humanitárias haitianas.

Um estudo divulgado na passada semana indicou que, contrário aos argumentos oficiais, a maioria dos refugiados quer deixar os campos, mas não tem os recursos financeiros para se realocarem.

Uma das medidas governamentais foi entregar 500 dólares aos atingidos para que reiniciassem suas vidas, mas muitos consideraram o valor insuficiente.

Outra grande parte tomou o dinheiro e, após gastá-lo, regressou ao mesmo lugar ou a outro acampamento.

Redação com informações da Prensa Latina