Trabalhadores da limpeza discutem direitos em seminário

 Os trabalhadores da área de limpeza e asseio debatem em seminário estadual temas de grande relevância para a categoria, como piso salarial, campanha de dissídio para 2012 e eleição da nova diretoria da Federação dos Empregados em Asseio e Conservação (FEEAC), da qual o Sindilimp de Caxias é associado.

Trabalhadores da limpeza discutem direitos em seminário - Roberto Carlos Dias

O deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) e integrante da executiva nacional da Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) participou da abertura das atividades, nesta sexta-feira, ao lado de outros dirigentes de entidades de classe.

Apesar da importância desses trabalhadores para a manutenção da limpeza urbana das cidades, preservação do meio ambiente, entre outras funções, o piso ainda é um dos baixos, estipulado em R$ 572,00. Os líderes sindicais estão pedindo 14% de reajuste. Durante as explanações, os painelistas abordaram as pautas dos trabalhadores em tramitação em Brasília e lamentaram a CUT ter decidido fazer defesa isolada das outras centrais sindicais e, ao mesmo tempo, acordaram que é preciso desencadear um grande movimento para buscar novamente a unidade de todas as entidades de classe para obter conquistas.

Na abertura, o presidente da FEEAC, Dirceu de Quadros Saraiva, destacou o encontro também serviria para fazer um balanço dos quatro da atual gestão e o planejamento para a nova administração. “Temos de pensar a classe trabalhadora com unidade e ação desenvolvida. Não podemos refazer o passado, mas estamos imbuídos pelo espírito de fortalecimento das lutas e conquistas do povo trabalhador”, acrescentou Saraiva.

Assis, que tem um projeto de lei de sua autoria para regulamentação da profissão de gari e de estabelecimento de um piso nacional, fez um relato das dificuldades no Congresso Nacional para aprovar pautas voltadas para os trabalhadores e destacou a importância as centrais se organizarem em uma grande marcha para levar as lutas da agenda do trabalhador para a rua.

“O trabalhador tem de entender o seu papel na política. A Convenção 158 da OIT, que trata da demissão imotivada, foi rejeitada na Comissão do Trabalho, onde nós, representantes dos trabalhadores, somos minoria. Sem mobilização e lutas não há conquistas. A nossa classe precisa compreender isso. A redução da jornada de trabalho está há 16 anos no Congresso, pronta para ser votada, mas agora o presidente da Casa, Marco Maia, criou uma comissão especial para tratar do tema. Também precisamos discutir e debater que tipo de regulamentação queremos para a terceirização, porque a categoria de limpeza e asseio é a que mais sofre com isso”, reforçou Assis.

O deputado lembrou ainda que o momento oportuno para tentar trazer a CUT novamente para o grupo das centrais seria a sessão solene que ocorre na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira para comemorar os 30 anos da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, também convocou os trabalhadores para uma grande mombilização por mais direitos. “O movimento sindical é chamado a dar uma resposta mais contundente, buscando a luta pela unidade de todas as centrais, como foi definido na Conclat, no Estádio Paecambu (SP), quando reunimos 30 mil trabalhadores. É preciso colocar em execução um projeto de desenvolvimento para o país que tenha na sua centralidade a valorização do trabalho. É um absurdo a presidenta Dilma (Rousseff) ter vetado o reajuste dos aposentados e pensionistas”, ponderou Vidor.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), Moacyr Auerswald, disse ao deputado Assis que estavam satisfeitos com o seu empenho no Congresso Nacional e com o do senador Paulo Paim (PT), mas ao mesmo tempo aflito. “Estamos muito preocupados com o desempenho do Congresso Nacional. Temos sete parlamentares na Comissão do Trabalho. Perdemos a aprovação da 158 por 18 votos a sete. Temos de ter sensibilidade muito grande. A classe dominante, empresarial, está muito bem representada e articulada no Congresso Nacional.”

O dirigente da Nova Central, Valter de Souza, fez coro às manifestações dos colegas sindicalistas. “Temos de estar atentos ao que está ocorrendo no nosso país. Temos um movimento em defesa da zona carbonífera, que tem reservas e fontes de carvão para os próximos 200 anos. Se houvesse investimento na matriz energética do carvão, por exemplo, teríamos mais de 10 mil empregos. Temos de colocar o nosso time (centrais) na rua completo em defesa da redução da jornada para 40 horas e pelo fim do fator”, discursou Souza.

Para o Vermelho,
Roberto Carlos Dias